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24 de mar de 2025 às 13:48
As vigílias junto a clínicas de aborto continuam em todo o Reino Unido nesta Quaresma, apesar das tentativas do governo de impedir as orações pelos nascituros e apoiar grávidas em crise.
De Glasgow, Escócia, a Bournemouth, no litoral sul da Inglaterra, em dez cidades do Reino Unido estão acontecendo 11 vigílias por meio da campanha 40 Days for Life (40 Dias pela Vida), mais ou menos o mesmo número que ocorre todo ano desde que a primeira vigília do Reino Unido, em 2009.
Os voluntários da campanha têm que ficar a mais de 150 metros das clínicas de aborto. “Influenciar” pessoas dentro dessas “zonas de proteção” é ilegal desde 31 de outubro passado. Ativistas pró-vida orando em silêncio já foram presos ou processados.
A cientista aposentada Livia Tossici-Bolt aguarda veredito do tribunal de Poole pela acusação de violar uma zona-tampão em Bournemouth. Ela estava em silêncio com uma placa que dizia “Aqui para conversar, se quiser”. Tossici-Bolt se recusou a pagar uma multa, o que levou ao processo.
O mesmo tribunal já condenou o profissional de saúde e veterano de guerra Adam Smith-Connor no ano passado por rezar em silêncio perto de uma clínica de aborto. O caso dele foi citado pelo vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, no mês passado, na Conferência de Segurança de Munique, como exemplo de restrições à liberdade na Europa.
“Quanto mais somos atacados e quanto mais desafios enfrentamos, mais motivada fico para me envolver no trabalho pró-vida”, disse Sarah Bignell, que lidera a campanha 40 Days for Life em Londres.
Uma das líderes da vigília é Isabel Vaughan-Spruce. Ela foi presa duas vezes por ficar em silêncio dentro de uma zona-tampão, mas recebeu indenização de £ 13 mil libras (cerca de R$ 96 mil) por prisão injusta.
Como líder da vigília 40 Days for Life em Birmingham, na região de West Midlands, ela fica fora das “zonas de proteção”.
“Não tivemos nenhuma reação das autoridades e tivemos um início tranquilo da campanha aqui em Birmingham”, disse Vaughan-Spruce à CNA, agência em inglês da EWTN. “Nosso evento inicial foi muito bem com uma participação fantástica: o salão estava lotado e só tinha lugar para pessoas em pé, o que foi muito encorajador”.
Ela disse que padres locais, seminaristas e voluntários cristãos de diferentes denominações se juntaram às vigílias este ano.
Vaughan-Spruce disse que as mulheres estão respondendo a placas oferecendo ajuda, e os voluntários até viram carros que iam até a clínica dar meia-volta e ir embora.
“A proibição francamente ridícula da oração e da oferta de ajuda nos atrapalha, pois estamos tão longe dos centros de aborto que obviamente encontramos menos mulheres e, portanto, podemos oferecer menos ajuda”, disse Clare McCullough, diretora da Good Counsel Network, instituição de caridade de apoio à gravidez do Reino Unido, que apoia as duas vigílias em Londres. “No entanto, Deus está trabalhando na 40 Days for Life, especialmente, por causa de toda a oração e jejum ao redor do mundo, e ainda vemos mulheres escolhendo a vida”.
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Quando os participantes das vigílias têm a oportunidade de conversar com as mulheres, eles descobrem que as mulheres muitas vezes não sabem que há apoio disponível para ajudá-las a criar um filho.
A vigília de Ealing ajudou uma mulher que acreditava que seu pedido de asilo seria rejeitado a menos que ela fizesse um aborto. McCullough disse que sua organização oferece apoio financeiro, ajuda com cuidados infantis e “muito apoio moral”.
Longe de serem desencorajados pela pressão do governo, os voluntários descrevem ter sido encorajados por evidências de que suas orações influenciam as mulheres a escolher a vida.
Por exemplo, uma mulher se aproximou de um voluntário e disse que sentiu um forte desejo de rejeitar o aborto quando estava dentro da clínica depois que um amigo lhe enviou uma foto de um bebê.
“Deus está trabalhando através de nossas orações quando não podemos estar lá. Muitas mulheres optaram por aceitar a ajuda oferecida nas vigílias, mesmo a 500 metros da estrada”, disse Bignell.
Os líderes estão otimistas e esperançosos de que seu trabalho para prevenir o aborto seja bem-sucedido a longo prazo.
“Quanto mais louca a lei fica, mais cobertura da mídia recebemos”, disse Robert Colquhoun, que lidera campanhas internacionais 40 Dias pela Vida. “Isso teve impacto na consciência de milhões de pessoas … Temos histórias de pessoas que mudaram de ideia. Viver nessa loucura orwelliana … nós só mantemos a calma e seguimos em frente. Em algum momento, haverá mudanças”.
As zonas de segurança não são o único modo como o governo pressiona ativistas pró-vida no Reino Unido. Em fevereiro, a estudante de enfermagem Sara Spencer foi expulsa de um curso de treinamento em obstetrícia na Escócia só por publicar opiniões pró-vida online.
“O nível de ataques que recebemos parece uma resposta desproporcional, em comparação com nossas vigílias – somos só um pequeno grupo de voluntários com rosários e folhetos oferecendo ajuda”, disse Bignell.
“E, no entanto, tivemos a mídia, os provedores de aborto e o Parlamento promulgando leis contra nós. É por isso que é evidente que esta é uma batalha espiritual na qual estamos envolvidos”.
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Em 2022, houve 251.377 abortos na Inglaterra e no País de Gales, segundo estatísticas oficiais.