O aborto voltou a ser manchete nas principais mídias atualmente (01/07/2022) devido ao caso da menina de Santa Catarina que foi estuprada e abortou a criança. Contudo, o aborto foi dado como solução para o problema, como se a menina fosse “desestuprada” após o procedimento. Então só nos resta orar!
Por isso, segue o belíssimo texto de Maria Cristina Castilho de Andrade* sobre o tema.
Aborto Não – Toda vida importa
Para mim, toda vida importa, seja fora ou dentro do ventre materno. Sou, portanto, contra o aborto provocado.
O Estado é laico, ou seja, é imparcial em relação às questões religiosas. Como cidadã, faço parte desse Estado, pago regularmente meus impostos, independentemente de minhas convicções religiosas, e tenho o direito de expor minha opinião em uma sociedade democrática.
Ataques e opiniões divergentes não mudam o meu modo de pensar. Aprendi com meu professor de biologia na final da década de 60 que, a partir da fecundação, uma vida se desenvolve. Embora carregue o DNA de seus pais, não é nem o pai e nem a mãe e creio que deveria haver uma lei que protegesse essa vida.
O Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 5° diz: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão…”.
Agora temos duas vítimas
Quanto à menina que foi estuprada em Santa Catarina, agora com 11 anos, considero que há duas vítimas, ela e o bebê. Em momento algum li sobre qual seria a relação dela com o pedófilo, se conseguiram prendê-lo. A crueldade do estupro que sofreu, seria consequência de negligência de quem cuidava dela? Resolve-se tudo com a morte do feto que poderia vir à luz e ir para adoção?
Li um comentário de que o pai da criança seria um namorado dela de 13 anos. Não a orientar sobre os riscos de gravidez também seria negligência. E quem lhe roubou a infância?
Estava no Story de meu amigo Ismael Felix e concordo: “Um país onde as leis promovem morte e o povo apoia a mesmas leis. Onde a vida no ventre não tem vez e o feto não tem sorte. Um país onde alguns, de sul a norte, dão as mãos a favor dos bisturis, gritam contra uma vida e o povo diz que faz isso em defesa da mulher, pode ser o país de quem quiser, mas não é com certeza um bom país”.
Concluo com o depoimento, em 14 de junho, da querida Daniele Fávaro Cardoso, esposa do Luiz Murilo Cardoso, filha de meus queridos amigos Bel e Dr. Albino Fávaro, no aniversário de seu filho João Pedro:
Uma cascata de milagres
“Hoje comemoramos a vida do João Pedro junto com inúmeros milagres! Como muito de vocês sabem, descobri a mal formação cerebral do meu filho no início da minha gestação. Devido à extrema gravidade do quadro alguns colegas médicos indicaram a realização do aborto.
Não cabe a mim julgar a conduta de ninguém, definitivamente não é minha função.
Mas acredito que a vida é um dom Deus e que ela somente a Deus pertence. Alguns dias atrás, um desses médicos me perguntou se ele deveria continuar a indicar o aborto nestes casos de alta gravidade do feto…? A única coisa que eu tenho a dizer é que um aborto simplesmente vai interromper uma cadeia de milagres e bênçãos que ocorrem como se fossem um efeito dominó.
Ao permitir que esta criança venha ao mundo, junto com seu propósito, ela ativa uma cascata de milagres e mudanças internas profundas em tantos corações e nas mais diversas direções que é impossível para quem esteja ao seu redor deixar de ser tocado por ela de alguma maneira através desse Amor que se remete a Deus. Sendo assim, este Amor é transformador, mexe com suas estruturas, te faz evoluir, te desafia, te ensina, te torna mais humano, te fortalece, te aproxima de Deus, te traz graças e bênçãos imensuráveis!
Tudo acontece em cadeia e hoje, após 19 anos dessa decisão tão assertiva e sem mérito algum, tenho a honra de testemunhar tantos milagres, de tantas vidas tocadas e transformadas, de tantos caminhos que foram redirecionados. Enfim, esses milagres profundos que acontecem nos corações jamais ocorreriam se retirassem do jogo a primeira peça de dominó, interrompendo seu efeito em cadeia/dominó. Tudo diante dessa perspectiva continuaria do mesmo jeito, estático e imutável, com os planos do Alto interrompidos… cabe a nós cancelar o SHOW devido aos nossos mundanos e limitados achômetros? Simples assim…”
*Maria Cristina Castilho de Andrade é professora, presidente da Associação Maria de Magdala e colunista d’ O Verbo (jornal oficial da Diocese de Jundiaí). E-mail: [email protected]