Bispo Barron alerta sobre ‘ditadura do relativismo’ em audiência sobre liberdade religiosa

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17/jun/2025

Durante a primeira audiência da Comissão de Liberdade Religiosa do Presidente Donald Trump, o Bispo Robert Barron fez um alerta sobre o avanço do que ele chamou de “ditadura do relativismo” na sociedade americana. Barron, que serve a Diocese de Winona-Rochester, Minnesota, participou do encontro em 16 de junho.

Segundo o bispo, a religião está sob ataque de uma filosofia que ele descreve como a “cultura da autoinvenção”. Esta filosofia, explicou Barron, dá prioridade máxima à autonomia individual, levando as pessoas a acreditar que podem determinar seus próprios valores, significados e propósitos, sem referência a verdades objetivas.

Ele argumentou que essa mentalidade vê as religiões clássicas como um obstáculo significativo. Isso se deve ao fato de que as visões religiosas tradicionais defendem valores morais objetivos, baseados em Deus e em uma natureza humana estável. Essa incompatibilidade leva os defensores do relativismo a tentar excluir a fé de domínios públicos, como a educação e a saúde.

Muitos participantes da comissão e testemunhas convidadas compartilharam preocupações sobre a percepção de declínio da liberdade religiosa nos Estados Unidos, impactada por leis e regulamentos governamentais. Entre os exemplos citados estavam normas que obrigam indivíduos e organizações religiosas a agir contra suas convicções, como mandatos de cobertura de saúde para contracepção, e disputas legais sobre direitos parentais na educação, como a capacidade de pais optarem por não permitir que seus filhos participem de aulas com conteúdo que consideram contrário às suas crenças.

A comissão é composta por 14 membros e inclui figuras como o vice-governador do Texas, Dan Patrick (presidente), Ryan Anderson, Pastor Paula White, Dr. Phil McGraw e Dr. Ben Carson, além dos prelados católicos Bispo Barron e Cardeal Timothy Dolan (que não pôde comparecer a esta audiência).

A procuradora-geral Pam Bondi, que também falou na audiência, ressaltou que o presidente está focado em reverter essas tendências e que o trabalho da comissão é fundamental para enfrentar as ameaças atuais à liberdade religiosa. Bondi mencionou incidentes que, em sua visão, representaram restrições à liberdade religiosa durante a administração anterior, incluindo ações contra manifestantes pró-vida, investigações sobre certos grupos católicos pelo FBI e o fechamento de locais de culto durante a pandemia de COVID-19. Ela enfatizou que cada pessoa deve ser livre para praticar sua fé sem medo ou interferência governamental.

Um tema recorrente no encontro foi a compreensão da liberdade religiosa como algo além da mera “liberdade de culto”. Argumentou-se que a garantia da Primeira Emenda, que protege o “livre exercício” da religião, abrange o direito de viver a fé e manifestar seus valores na esfera pública. Especialistas que testemunharam na audiência reforçaram este ponto, destacando que a liberdade religiosa é um indicador essencial de outros direitos humanos.

A discussão também abordou a interpretação da separação entre igreja e estado. Um especialista, Mark David Hall, sugeriu que essa separação não impede o governo de reconhecer ou até mesmo encorajar a religião como um bem público, desde que não seja imposta. Outro testemunho, de Gerard Bradley, argumentou que os fundadores não visavam um espaço público completamente secularizado e que o governo pode promover a religião, como em orações em escolas, desde que observada a voluntariedade e a não-sectarismo. Houve um breve diálogo com Dr. Phil sobre a distinção entre promover religião e promover escolha, com Bradley comparando a promoção da religião à promoção de outras instituições sociais consideradas benéficas, como o casamento.

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