Uma coalizão dedicada aos direitos parentais apresentou reclamações formais contra a Young Men's Christian Association (YMCA) junto a três órgãos federais dos Estados Unidos. O grupo solicita uma investigação da organização por supostamente violar a lei ao permitir que indivíduos do sexo biológico masculino utilizem vestiários, banheiros e cabines de acampamento designados para meninas.

A American Parents Coalition (APC), liderada por Alleigh Marré, enviou cartas em 10 de junho aos secretários dos Departamentos de Educação, Saúde e Serviços Humanos, e Habitação e Desenvolvimento Urbano. A APC busca apurar possíveis violações das políticas do Título IX por parte do YMCA.

“O YMCA traiu as famílias que afirma servir”, declarou Marré. “Espera-se que meninas compartilhem equipes, vestiários, banheiros e cabines de pernoite com homens biológicos, enquanto os pais são frequentemente mantidos no escuro.” Ela acrescentou que, como instituição que recebe fundos federais (mais de 600 milhões de dólares), o YMCA tem a obrigação legal de proteger as meninas, em vez de comprometer a justiça, a segurança e a privacidade para promover a ideologia de gênero.

A APC argumenta que, por ser beneficiário de verbas federais, o YMCA deve cumprir as regras do Título IX, que proíbe a discriminação baseada no sexo. O grupo cita ordens executivas anteriores que clarificaram que as regras federais anti-discriminação se baseiam no “sexo” de uma pessoa, e não em sua “identidade de gênero” autodeclarada, instruindo as agências a salvaguardar “espaços íntimos” como vestiários e banheiros reservados para mulheres e meninas.

A coalizão acusa o YMCA de manter “políticas discriminatórias” que contrariam o Título IX e “colocam em risco crianças vulneráveis”, alegando que a organização adota uma “ideologia de gênero radical” através de suas normas internas. A reclamação menciona que, sob tal ideologia, um homem pode entrar em um vestiário do YMCA onde meninas estão se trocando simplesmente por se identificar como mulher, e que as políticas do YMCA priorizam o homem em detrimento das jovens no local.

A APC apontou para um documento de 2017, desde então removido do site do YMCA Americano, que tratava de criar “espaços seguros para campistas LGBTQ+”. Uma recomendação incluída era garantir que campistas e funcionários tivessem acesso a instalações alinhadas com sua identidade de gênero e conforto, em vez de separar com base no sexo biológico.

Marré afirmou que essas recomendações não são apenas teóricas, citando exemplos onde instalações do YMCA obrigaram mulheres e meninas a compartilhar espaços com homens. A notícia menciona incidentes em Washington (uma mulher de 80 anos banida após reclamar), Califórnia (disputa em curso sobre um homem biológico em vestiário feminino) e Missouri (investigação policial por suposta exposição indecente em vestiário feminino, onde o YMCA local declarou que indivíduos podem usar o vestiário com o qual se identificam).

O YMCA, por sua vez, contesta algumas caracterizações da carta da APC. Um porta-voz do YMCA descreveu o documento de 2017 como um simples “blog” com “ideias para acampamentos interessados em ser mais inclusivos”, negando que fosse uma política obrigatória. Uma declaração oficial do Y-USA indicou que não há uma política nacional sobre vestiários e banheiros, e que a organização defende a segurança e privacidade de todos, considerando que as leis estaduais sobre inclusão transgênero em espaços de gênero são um tópico em constante evolução.

Marré considerou a resposta do YMCA “insuficiente”, criticando a remoção silenciosa do documento de 2017 e outras páginas relacionadas à ideologia de gênero sem explicação pública ou revisão oficial de política. Ela insiste que, até que o YMCA declare explicitamente que seus vestiários e espaços privados são separados com base no sexo biológico, não há razão para acreditar que seja esse o caso.

A APC incentiva os pais a questionarem as unidades locais do YMCA sobre suas políticas antes de permitir que seus filhos participem de atividades, disponibilizando sugestões de perguntas para auxiliar nessa investigação.