Do Vaticano, o Papa fez um apelo contundente nesta terça-feira, alertando para a possibilidade de um avanço da “barbárie” nos confrontos bélicos que assolam o Médio Oriente e a Ucrânia.

“Dado que os conflitos de hoje empregam armamento científico de diversas naturezas, a sua ferocidade ameaça arrastar os combatentes para um nível de barbárie muito superior ao de épocas passadas”, declarou o Sumo Pontífice ao término da sua audiência semanal.

Perante os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa manifestou a dor da Igreja perante os clamores que emergem das zonas de guerra, com particular destaque para a Ucrânia, Irão, Israel e Gaza.

“Não devemos permitir que nos acostumemos à guerra. Ao contrário, devemos resistir à sedução das armas poderosas e sofisticadas, considerando-a uma tentação”, exortou.

Reiterando mensagens de Papas anteriores, o Santo Padre lembrou que “a guerra é sempre uma derrota”, conforme costumava afirmar o Papa Francisco, e que “nada se perde com a paz, tudo se pode perder com a guerra”, palavras do Papa Pio XII, invocando a dignidade humana e o direito internacional.

A notícia surge no contexto de intensos combates. No Médio Oriente, uma escalada entre Israel e Irão resultou em bombardeamentos mútuos e baixas. Em Gaza, a campanha militar israelita provocou um elevado número de vítimas, incluindo mulheres e crianças, desde o ataque inicial do Hamas em outubro de 2023, que também causou perdas humanas e a tomada de reféns em Israel. Na Ucrânia, ataques recentes em Kiev causaram um aumento significativo no número de mortos.

Durante a audiência, o Papa também cumprimentou os participantes na peregrinação “Chama da Esperança”, uma iniciativa que assinala os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e promove a reconciliação e a paz.

“Que a luz do amor divino e da fraternidade resplandeça incessantemente nos corações de todos os membros da nossa única família humana”, desejou o Papa.