Mosteiro de Santa Catarina fecha as portas em meio a conflito com o governo egípcio

Miniatura da categoria notícias
Compartilhe:

06/jun/2025

O Mosteiro de Santa Catarina, situado na Península do Sinai, Egito, fechou suas instalações para visitantes em protesto a uma decisão judicial recente. A medida polêmica transferiu a propriedade do histórico local para o domínio do estado egípcio, garantindo à Igreja Ortodoxa apenas o direito de uso.

Essa resolução intensificou a disputa em curso entre os monges e as autoridades do Egito. Apesar das garantias oficiais, o veredito gerou grande apreensão na Igreja Ortodoxa, que o classificou como um “precedente perigoso”.

A oposição ao julgamento se espalhou para além do Egito. Vários Patriarcados Ortodoxos importantes, como os de Constantinopla, Jerusalém e Alexandria, bem como as Igrejas da Grécia e do Chipre, expressaram preocupação. A Grécia, em particular, tem sido uma voz política ativa em defesa do mosteiro, utilizando a diplomacia de alto nível.

O Arcebispo Damianos do Sinai criticou a situação, chamando-a de “manipulação judicial”. Ele explicou que, desde 1980, o mosteiro apresentou documentação para 71 propriedades, mas o estado consistentemente se recusou a reconhecê-las. Lamentou o fato de os monges, que guardam o local desde o século VI, serem agora tratados como ocupantes ilegais e possivelmente obrigados a pagar pelo uso.

Segundo ele, um acordo prévio com as autoridades egípcias, negociado com a presença de representantes gregos, foi alterado unilateralmente. O representante legal do mosteiro acrescentou que a decisão judicial contradiz um acordo que estava quase finalizado e permite a confiscação de 25 das 71 propriedades reivindicadas. Ele alertou que a nova condição legal coloca o futuro do mosteiro em risco, pois a permanência dos monges dependeria de decisões administrativas futuras.

Fontes não oficiais sugerem que o conflito pode estar ligado a um grande projeto turístico do governo para a área ou ao receio do estado de que o mosteiro se transforme em uma entidade excessivamente independente, comparada por alguns a um “novo Vaticano”.

Artigos Recentes

Rolar para cima