Por ocasião do centenário de seu nascimento, ocorrido em 1º de maio de 1925, o Padre Gabriele Amorth foi recentemente homenageado e lembrado como o "exorcista mais famoso do século XX". Essa designação partiu de um colega da Associação Internacional de Exorcistas (AIE), destacando a importância de seu trabalho.

Segundo o colega, a notoriedade de Padre Amorth derivava de seu profundo amor pelos mais necessitados e de sua coragem em comunicar ao mundo o sofrimento causado por fenômenos diabólicos extraordinários, sem se intimidar com possíveis preconceitos.

Uma das principais advertências do Padre Amorth era sobre a presença de Satanás por trás de práticas aparentemente inofensivas como a magia e o ocultismo. Ele expôs os perigos ocultos em sessões espíritas, satanismo e missas negras, recolocando a questão do mal no debate teológico.

Sua atuação era impulsionada por uma caridade profunda em relação às vítimas de influências malignas. Sua personalidade forte e estável, aliada a uma intensa vida mística, permitia que ele falasse abertamente sobre Satanás em diversas plataformas, levando a Igreja a recordar a necessidade de amar aqueles que passavam por exorcismos.

No serviço sacerdotal, Padre Amorth experimentou a libertação de muitas pessoas, inclusive com a manifestação de objetos amaldiçoados durante os ritos. Ele reafirmava a experiência do exorcismo como parte do magistério litúrgico, confrontando teólogos que negavam a existência ou ação extraordinária de Satanás.

A vida de Padre Gabriele Amorth foi marcada pela escolha de Cristo, que, segundo ele, desencadeia uma grande batalha espiritual. A luta contra Satanás e a vida mística eram, em sua visão, inseparáveis.

Nascido em Modena, Itália, Amorth descobriu sua vocação cedo e ingressou na Sociedade de São Paulo, onde foi ordenado em 1954. Serviu em diversas funções antes de ser nomeado exorcista chefe da Diocese de Roma em 1986. Em 1990, fundou a AIE, presidindo-a até se aposentar.

Ele relatou ter realizado dezenas de milhares de exorcismos, sempre com uma abordagem prática e reafirmando a realidade do demônio e de seus demônios. Alertava contra práticas como tábuas Ouija, astrologia e outras atividades ocultistas.

Autor de vários livros, como "Um Exorcista Conta Sua História", ele foi uma figura pública constante, consultado inclusive pelo Vaticano. Padre Gabriele Amorth faleceu em 16 de setembro de 2016, aos 91 anos.

Recentemente, um filme ("O Exorcista do Papa") baseado em sua figura gerou debate. Especialistas em demonologia, como o Padre José Antonio Fortea, apontaram que a produção contém exageros e distorce a realidade do poder diabólico.