Cidade do Vaticano – Em sua alocução semanal, o Sumo Pontífice Leão XIV enfatizou nesta quarta-feira, a partir do Vaticano, que a comunidade eclesial é chamada a ser um lugar de acolhimento e auxílio dedicado, em particular, aos indivíduos em situação de fragilidade.

Diante de milhares de fiéis na Praça de São Pedro, o Santo Padre discorreu sobre a importância da Igreja como um espaço de misericórdia, similar à piscina de Betesda, em Jerusalém, mencionada nos Evangelhos. Segundo o relato bíblico, esta piscina, cujo nome significa 'casa da misericórdia', era um ponto de encontro para doentes e pobres que buscavam a cura, simbolizando um local onde a esperança e a restauração são encontradas através da intervenção divina.

Abordando o ciclo de reflexões sobre a ação curativa de Jesus, Leão XIV meditou sobre a história de um paralítico que esperava por 38 anos junto à piscina, incapaz de se beneficiar de suas águas. O Pontífice salientou que a paralisia pode ser uma metáfora para o desânimo, a desilusão e a acédia que aprisionam as pessoas, levando-as a visões deterministas da vida, como se tudo fosse ditado pela sorte ou pelo destino.

O Papa ressaltou que o encontro com Cristo oferece a oportunidade de superar essa imobilidade existencial. Ele encorajou os presentes a identificar onde suas vidas estagnaram e a invocar a cura necessária. Leão XIV também fez um chamado à oração por aqueles que se sentem paralisados ou sem perspetivas, pedindo que encontrem refúgio no Coração de Cristo, que é a verdadeira morada da misericórdia.

Ao final de sua catequese, dirigiu palavras de afeto aos grupos de peregrinos presentes, incluindo os de idioma português, reiterando que, embora a graça divina seja a força primordial, a colaboração ativa de cada um é essencial no processo de cura, tanto física quanto espiritual. Que Jesus, o médico das almas e corpos, lhes conceda Sua bênção, concluiu.