A ação solidária de voluntários no Porto garantiu a distribuição de cerca de 280 mil refeições a indivíduos em situação de sem-abrigo ao longo do ano de 2024. Este esforço envolveu dezenas de organizações e milhares de voluntários que atuam na cidade.
De acordo com um balanço divulgado por 19 entidades que colaboram no Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo (NPISA) do Porto, foram contabilizadas 278.916 refeições servidas com diferentes características. Estima-se que o valor financeiro associado a este apoio alimentar ronde os 1,62 milhões de euros, considerando um custo médio aproximado de 5,30 euros por refeição.
O trabalho voluntário mobilizado nesta rede solidária é imenso. Mais de 5200 voluntários dedicam o seu tempo, o que corresponde ao esforço de 76 pessoas a trabalhar a tempo inteiro. As horas de dedicação direta nas rondas e pontos de distribuição totalizam 23.660, cujo valor estimado ultrapassa os 516 mil euros.
Os custos operacionais também são significativos, nomeadamente as despesas com combustível para as deslocações. Estas atingiram cerca de 54.180 euros, cobrindo uma distância calculada em 450.000 km – uma distância que, de forma ilustrativa, daria para dar 11 voltas ao redor da Terra.
É importante notar que estes números referem-se à atividade de 19 entidades que fazem parte do eixo de apoio alimentar do NPISA Porto, que engloba cerca de 30 organizações. Muitas destas entidades realizam rondas noturnas pelas ruas da cidade para encontrar e apoiar as pessoas em situação de vulnerabilidade, enquanto outras operam pontos fixos de distribuição.
Para complementar este apoio da sociedade civil, o Município do Porto financia três restaurantes solidários, que em 2024 serviram adicionais 166.000 refeições, representando um investimento de 741.800 euros. Somando a ação das entidades voluntárias e dos restaurantes municipais, o total de refeições servidas em 2024 ascende a 444.916, com um investimento global na ordem dos 2,36 milhões de euros.
Este esforço contínuo surge num contexto de crescente preocupação com a situação das pessoas em situação de sem-abrigo na cidade. Recentemente, diversas entidades que trabalham nesta área apelaram publicamente a um consenso entre as forças políticas para enfrentar o problema de forma mais eficaz e coordenada.
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