34º Curso para os Bispos do Rio de Janeiro: diálogo entre fé e cultura



Os participantes conheceram a “Cidade do Samba” durante o passeio cultural oferecido dentro do curso. Nos barracões das Escolas de Samba que desfilam no sambódromo da Marquês de Sapucaí, foram apresentados projetos sociais que oferecem oportunidades de emprego e ajudam famílias carentes através da música e da cultura. “Sem dúvida o samba faz parte da cultura do Rio de Janeiro, e nós temos esse diálogo para ajudar ainda mais nessa nossa caminhada de paz e fraternidade”, disse o cardeal Orani.

Vatican News

Conforme já é tradição do Curso para os Bispos que acontece anualmente no Rio de Janeiro desde 1990, os mais de 80 participantes – prelados de todas as regiões do Brasil – participaram de um passeio com intensa programação cultural na tarde última quarta-feira (29/01). A 34ª edição do curso deste ano levou os bispos para conhecer a Cidade do Samba, espaço construído pela prefeitura do Rio de Janeiro na Zona Portuária do Rio, onde se localizam os barracões das Escolas de Samba do Grupo Especial que desfilam no sambódromo da Marquês de Sapucaí.

Após uma apresentação inicial do espaço por representantes da LIESA, a Liga das Escolas de Samba, os bispos foram conduzidos em dois grupos para uma visitação ao barracão das escolas Beija-Flor de Nilópolis e Unidos da Tijuca. No espaço, puderam conhecer o processo de produção das alegorias, que envolve grande número de artesãos, como ferreiros, costureiras, marceneiros e outros profissionais que em sua maioria são oriundos das comunidades de origem das agremiações. Foram apresentados também projetos sociais desenvolvidos pelas escolas que, além de oferecer oportunidades de emprego, ajudam famílias carentes e levam à frente projetos que ajudam crianças e jovens através da música e da cultura. 

A arquiteta Yasmin Tavares, projetista de carros alegóricos da Beija-Flor, escola oriunda da cidade de Nilópolis, Baixada Fluminense, comentou sobre esse aspecto social das agremiações: “uma escola de samba é muito mais do que aquilo que é mostrado no dia do desfile. A escola tem um papel social muito importante tanto para a comunidade, quanto para nós que trabalhamos. Num período de alta demanda nós empregamos 300 pessoas só no barracão, sem contar com as que trabalham na quadra. E para além de oferecer empregos, a escola de samba é também uma manifestação social e cultural que tem o poder de ensinar e de ajudar vidas com projetos sociais desenvolvidos ao longo do ano”.

O Arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta, que presenteou as escolas visitadas com uma imagem do Cristo Redentor, destacou a importância desse diálogo entre a fé e a cultura local:

“Pudemos ir até a Cidade do Samba para conhecer os bastidores daquilo que acontece o ano todo com os que trabalham e executam o que depois será apresentado na Marquês de Sapucaí. Além disso, conhecemos também sobre os trabalhos sociais que as escolas de samba fazem nos seus locais de ação, trabalhos sociais enormes. Dessa forma, os bispos puderam conhecer quantas coisas são desenvolvidas em trabalhos sociais, de preocupação com as pessoas, com as crianças e de educação também. É um relacionamento da arquidiocese com a cultura local, pois sem dúvida o samba faz parte da cultura do Rio de Janeiro, e nós temos esse diálogo para ajudar ainda mais nessa nossa caminhada de paz e fraternidade.”

Após a visita, os bispos seguiram para o edifício João Paulo II, sede da Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, no bairro da Glória, onde deram continuidade à programação cultural, com a apresentação do auto de São Sebastião, produção do Vicariato Episcopal para a Cultura, e que todos os anos é apresentado no dia do padroeiro dos cariocas por jovens atores e atrizes, relacionando a vida do mártir com a realidade da cidade que esse ano completa 460 anos.



Fonte (Vatican News)

Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.

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