A alegria do cardeal Damasceno pela eleição de Leão XIV

20/maio/2025


A Rádio Vaticano – Vatican News recebeu nesta segunda-feira, o arcebispo emérito de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, que expressou sua alegria ao falar sobre a celebração do início do Ministério Petrino do Papa Leão XIV em Roma. Destacou a grande participação da multidão na Praça de São Pedro e a emoção do Papa durante a cerimônia.

Silvonei José – Vatican News

Na entrevista, o cardeal Raymundo Damasceno Assis, compartilhou sua experiência de ter acompanhado diversas eleições papais desde 1961, incluindo a do Papa Leão XIV, que traz um nome não usado desde o século XIX. Enfatizou ainda a trajetória do Papa Leão, um frei agostiniano dos EUA que se tornou uma figura pastoral reconhecida no Peru, ressaltando seu foco na evangelização centrada em Jesus Cristo.

Falando sobre a Santa Missa de início de Pontificado, no último domingo, dom Raymundo disse que a mesma, foi realmente uma celebração muito linda e, sobretudo, muito participada. “Eu fiquei impressionado com a Praça São Pedro realmente repleta, inclusive a Via della Conciliazione, repleta de gente. Muitos os representantes de governos. Evidentemente, também, religiosos, muitos cardeais que ficaram aqui depois da eleição do Papa para participar desta missa de inauguração do seu Ministério Petrino, como nós dizemos. Lindo, lindo”.

O cardeal destacou ainda que o clima ajudou, estava um pouco suave, um pouco nublado. “Isso facilitou também, porque não houve tanto sol, a missa foi às 10 horas e é o momento do sol. Tudo ajudou, então”. “E o Papa muito emocionado, a gente percebia que ele estava muito emocionado de ver aquela multidão diante dele ali na Praça".

Numa cerimônia bonita, ele recebeu o Pálio, que é o símbolo do bispo de Roma. Como os arcebispos recebem o Pálio, também o Papa Leão recebeu o Pálio como sucessor de Pedro. Depois recebeu o anel, o anel do pescador. Foi uma cerimônia muito bonita, comovente. "E cada vez que eu participo de uma celebração como essa - disse o cardeal -, ou de um acontecimento como esse, eu fico realmente emocionado e agradecido por viver esses momentos importantes na história da Igreja”.

Dom Raymundo destacou ainda que presenciou a eleição de Paulo VI, com a morte do Papa João XXIII. “Eu era estudante aqui em Roma, então vi o Papa João XXIII várias vezes, é claro”. “E depois eu também visitei o corpo dele, que estava exposto na Basílica para visitação.

Desde João XXIII, o senhor já se frequenta a Roma? “Frequento Roma desde 1961”, respondeu. “Eu cheguei aqui em 1961. Justamente no período do Concílio, de 1962 a 1965. Eu estava aqui. Estive aqui na eleição e na morte do João XXIII, e também na eleição do Paulo VI. Depois, estive também aqui com o Papa Bento XVI, na sua morte. Depois, na eleição do Papa Francisco. Participei do Conclave que elegeu o Papa Francisco, portanto, pela segunda vez. E agora, a terceira vez também, participando. Também participei com muita tristeza da morte e do sepultamento do Papa Francisco e da alegria da eleição do Papa Leão também.

Falando de Leão XIV disse que até o nome é uma surpresa para todos nós. “Quebrou, de certa forma, essa continuidade de João e Paulo. E Bento foi surpresa, mas não tanto, porque parece que São Bento é uma devoção tão popular. Ele é patrono da Europa. Então o nome não chamou tanta atenção. Mas Leão, sim, porque desde Leão XIII, final do século XIX, começo do século XX, nós não temos um Papa com esse nome. É o XIV, Papa Leão.

O que lhe chama a atenção, então, Papa Leão? “O Papa Leão me chama a atenção”, disse. “Eu não o conhecia. Embora tenha sido secretário do Celan, presidente do Celan, não o conhecia pessoalmente. Fiquei conhecendo aqui em Roma e depois pelo que eu fui lendo durante as Congregações Gerais acerca da vida dele, dos testemunhos de pessoas que o conhecem. Ele é realmente extraordinário. Quer dizer, é um frei agostiniano que nasce nos Estados Unidos, mas que depois entra na Ordem Agostiniana e vai viver como padre e como bispo no Peru, na América Latina. Então, eu digo que o Papa Leão é americano de nascimento, mas eu acho que de coração ele é peruano e latino-americano. E é uma figura extraordinária. Ele é peruano pelo trabalho que exerceu como pastor. Ele é primeiramente um pastor e um missionário. Ele estava em Chiclayo, numa diocese no Peru, relativamente pobre. Viveu um tempo de grande violência ali no Peru, que teve um momento de muita violência. Depois, numa presença muito, digamos, viva em todos os momentos da vida da diocese, momentos difíceis, de alagamentos, de tempestades, foi uma pessoa pobre no meio dos índios. A gente viu ele várias vezes participando da vida do povo, de seus problemas e dificuldades e também nas alegrias. De modo que eu acho que ele traz para o pontificado uma experiência muito grande de pastor, de missionário. Isso é certamente muito enriquecedor para a Igreja, porque eu acho que o foco dele vai ser certamente esse, a missão da Igreja, a evangelização, centrada em Jesus Cristo, portanto, no querigma, Jesus Cristo morto, ressuscitado, que é caminho, verdade e vida. Portanto, é em Cristo que encontramos a resposta para todas as questões mais profundas da vida humana e também é nele que encontramos a salvação. É o único nome pelo qual podemos ser salvos, como diz São Paulo”.

Eis a íntegra da entrevista com Silvonei José:

 

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