A biografia dos novos cardeais do Consistório de 7 de dezembro


Os 21 futuros cardeais vêm de todas as partes do mundo, incluindo do Brasil: dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, também presidente da CNBB e do Celam, será criado cardeal no Consistório Ordinário Público deste 7 de dezembro na Basílica de São Pedro. “A proveniência deles expressa a universalidade da Igreja que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra”, disse o Papa ao anunciar o Consistório em 6 de outubro.

L’Osservatore Romano, Jane Nogara e Andressa Collet – Vatican News 

Na tarde deste sábado (07/12), na Basílica de São Pedro, 21 novos cardeais receberão o barrete vermelho no décimo Consistório do Papa Francisco. Apenas o ex-núncio apostólico dom Angelo Acerbi, de 99 anos, não será eleitor. Após o arcebispo de Nápoles, dom Domenico Battaglia, ser adicionado à lista no dia 4 de novembro com a renúncia do bispo indonésio de Bogor, dom Paskalis Bruno Syukur, o número de cardeais eleitos volta, então, ao número original anunciado ao término do Angelus de 6 de outubro quando o Papa afirmou: “a proveniência deles expressa a universalidade da Igreja que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra”.

Com a adição de Battaglia, serão 11 europeus, dos quais 5 italianos; 6 são do continente americano, dos quais 5 sul-americanos, 3 asiáticos e 1 africano. A partir deste sábado (07/12), o Colégio Cardinalício será composto por 256 membros, dos quais 141 eleitores e 115 não eleitores.

A biografia dos novos cardeais

1. Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre/RS, Brasil

Entre os 21 novos cardeais está o arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, também presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho). O franciscano de 64 anos é o segundo arcebispo da capital gaúcha a receber a púrpura e tem uma atenção constante pela ecologia e a crise climática em uma terra que, neste 2024, viveu a maior catástrofe natural da história do Rio Grande do Sul com as enchentes de maio que afetaram mais de 2 milhões de pessoas e causaram 179 mortes.

Nascido em 6 de setembro de 1960 em Gaspar/SC, filho de pai eletricista e mãe dona de casa, ele é o mais velho de quatro irmãos, dois meninos e duas meninas. Antes da vocação para o sacerdócio, trabalhou por 5 anos em indústria têxtil, ocupando cargos de responsabilidade. 

Após o postulantado com os Frades Menores em Guaratinguetá, em 1981, e o noviciado em Rodeio, no ano seguinte, completou os estudos de Filosofia no Instituto São Boaventura, em Campo Largo. Em 1985, fez a profissão perpétua e continuou a formação no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (1986-1987) e no de Jerusalém (1987-1990), onde obteve a licenciatura em Sagrada Escritura. 

Em 29 de junho de 1989, foi ordenado diácono em Nazaré e, em 17 de novembro de 1990, sacerdote dos Frades Menores em sua cidade natal, por dom Quirino Adolfo Schmitz, bispo emérito de Teófilo Otoni. No mesmo ano, participou da formação das novas gerações de frades franciscanos no postulantado de Guaratinguetá, onde também foi vigário paroquial, e no noviciado de Rodeio. Formado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, em 1998, ao retornar à pátria foi professor do Instituto de Filosofia São Boaventura, em Campo Largo, Curitiba, de 2000 a 2003, ocupando também os cargos de vice-reitor e vice-presidente da Associação Franciscana de Ensino “Senhor Bom Jesus” e guardião do convento local. 

Assistente espiritual da Federação Brasileira das Irmãs Concepcionistas de 2001 a 2002, foi enviado à Arquidiocese de Curitiba, como superior local e vigário paroquial do Senhor Bom Jesus (2004-2006). 

Em 10 de novembro de 2010, foi nomeado bispo titular de Patara e auxiliar de Porto Alegre por Bento XVI, recebendo a ordenação episcopal em 5 de fevereiro de 2011 na paróquia de São Pedro Apóstolo, em Gaspar, pelo núncio apostólico Lorenzo Baldisseri. In Cruce gloriari ( “Gloriar-se na Cruz” (Cl 6,14)) foi seu lema episcopal escolhido. 

Nomeado vigário episcopal para a região de Gravataí da Arquidiocese de Porto Alegre, é membro da Comissão Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil desde 2011, tornando-se presidente em 2015. Ainda na CNBB, foi responsável pela Subcomissão para a Vida Consagrada e presidente da Comissão de Presbíteros do Regional Sul 3, correspondente ao estado do Rio Grande do Sul.

Foi promovido pelo Papa Francisco à sede metropolitana de Porto Alegre em 18 de setembro de 2013, sucedendo a dom Grings, que havia liderado a arquidiocese por 12 anos.  Segundo pastor da capital gaúcha a ser criado cardeal – depois de Alfredo Vicente Scherer (1903-1996), em 1969, por Paulo VI -, Spengler foi nomeado, em 29 de março de 2014, membro da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e, no ano seguinte, em abril, foi nomeado presidente tanto da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB quanto do Regional Sul 3, para o quadriênio 2015-2019. 

Pelo Sínodo dos Bispos, participou da XV Assembleia Geral Ordinária em 2018 e da Primeira (2023) e Segunda Sessão (2024) da XVI Assembleia. Em maio de 2019, foi eleito primeiro vice-presidente da CNBB. Nessa qualidade, foi referente do Pontifício Colégio Pio Brasileiro em Roma e da Região Sul 3 para a Vida Consagrada e os Ministérios Ordenados, e vice-presidente da Comissão Especial para o Acordo Brasil-Santa Sé. 

Em 2020, criou na Arquidiocese de Porto Alegre uma Comissão de Prevenção e Combate ao Abuso Sexual contra crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis, para implementar as disposições do motu proprio Vos Estis lux mundi promulgado pelo Papa Francisco em maio de 2019 e atualizado em março de 2023.

Em 2021, durante a pandemia, dom Jaime Spengler denunciou a grave crise resultante da disseminação da variante brasileira da Covid-19, responsável por centenas de milhares de mortes no estado sul-americano. 

Em 24 de abril de 2023, durante a 60ª Assembleia Geral realizada em Aparecida/SP, foi eleito presidente da CNBB para um mandato de quatro anos e, em maio, para o mesmo mandato, também do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), sucedendo o arcebispo peruano Héctor Miguel Cabrejos Vidarte. 

Ele é membro dos Dicastérios para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica e para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

2. Angelo Acerbi, núncio apostólico, Itália

Decano dos Núncios Apostólicos, Angelo Acerbi é o purpurado mais antigo do Colégio. Com 99 anos de idade, bispo por nada menos que 50 anos, tem uma longa experiência no serviço diplomático da Santa Sé e foi prelado da Soberana Ordem Militar de Malta.  

Natural de Sesta Godano, um pequeno vilarejo italiano no vale de Vara, na diocese de La Spezia – Sarzana – Brugnato, é o terceiro dos quatro filhos de Giovanni Battista Acerbi e Maria Maddalena Tosi. De sua terra natal, ele também herdou a paixão por excursões de verão nas montanhas, especialmente no Vale d’Aosta e em Madonna di Campiglio. 

Seu pai, um tabelião de profissão, morreu prematuramente. A mãe, que ficou viúva ainda jovem, cumpriu sua missão como educadora dos jovens Carlo, Giovanni Battista, Angelo e Paolo. A família viveu primeiro em Chiavari, depois em Pontremoli e La Spezia. 

Ordenado diácono em 12 de outubro de 1947 pelo bispo de Pontremoli, dom Giovanni Sismondo, Acerbi completou os estudos na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Gregoriana e na Faculdade de Direito Canônico da Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino (Angelicum).

Em Roma, foi hóspede no Internato Eclesiástico Leoniano, na Via Pompeo Magno, e depois na comunidade paroquial de San Benedetto, na Via del Gazometro, então confiada à Companhia de São Paulo, onde, juntamente com os estudos, prestou serviço pastoral.

Em 27 de março de 1948, foi ordenado sacerdote em Pontremoli, novamente pelo bispo Sismondo. No outono de 1954, tornou-se ex-aluno da Pontifícia Academia Eclesiástica e, em 1956, entrou para o serviço diplomático da Santa Sé. Seu primeiro trabalho foi na Nunciatura Apostólica na Colômbia. Três anos depois, foi transferido para a representação do Vaticano no Brasil, na época, no Rio de Janeiro. Durante essa missão, em 21 de abril de 1960, ele pôde assistir à inauguração da cidade de Brasília como a nova capital do país.

Em seguida, serviu nas Nunciaturas Apostólicas na França, Japão e Portugal, bem como – por 4 anos – na Secretaria de Estado do Conselho para Assuntos Públicos da Igreja.

Paulo VI, em 22 de junho de 1974, nomeou-o pró-núncio apostólico na Nova Zelândia e delegado apostólico no Oceano Pacífico, atribuindo-lhe a sede titular de Zella e o título pessoal de arcebispo. E do Papa Montini, em 30 de junho, recebeu a ordenação episcopal na Basílica de São Pedro. In fide et lenitate, seu lema.  Precisamente em sua missão junto às Igrejas da Oceania, em 1978, ao passar por Noumea, na Nova Caledônia, recebeu a notícia da morte de sua mãe.

Em 1979, retornou como núncio apostólico na Colômbia, onde havia começado o serviço. Nomeado por João Paulo II em 14 de agosto como representante papal no país latino-americano, dom Acerbi, juntamente com outros diplomatas, foi refém dos guerrilheiros do Movimiento 19 de Abril por seis semanas. 

Posteriormente, a partir de 28 de março de 1990, foi enviado como representante papal para a Hungria, após a queda do regime comunista; a partir de 13 de janeiro de 1994 para a Moldávia e a partir de 8 de fevereiro de 1997 para a Holanda, concluindo o serviço em 27 de fevereiro de 2001. Desse mesmo ano até 2015, ele ocupou o cargo de prelado da Soberana Ordem Militar de Malta.

Em 27 de junho de 2024, por ocasião do aniversário de 50 anos de episcopado, celebrou uma missa com o Papa Francisco e a comunidade sacerdotal na Casa Santa Marta, onde reside, e depois nas Grutas do Vaticano, perto do túmulo do Papa Montini, que o ordenou.

Entre aqueles que trabalharam com o arcebispo Acerbi como secretários da nunciatura estavam os cardeais Mario Zenari e Christophe Pierre.

3. Carlos Gustavo Castillo Mattasoglio, arcebispo de Lima, Peru

O peruano Carlos Gustavo Castillo Mattasoglio, Arcebispo Metropolitano de Lima desde 2019, é um intelectual com o coração para os pobres e acostumado a pedalar até as periferias, apaixonado por poesia e humanidade.

Nasceu na capital em 28 de fevereiro de 1950, no distrito de Lince, mudando-se poucos dias depois para o tradicional e popular distrito de Rímac. O pai, Augusto, filho de um agricultor, era policial, enquanto a mãe, Angélica, de origem italiana, cuidava das crianças e gostava muito de música: vinha de uma família culturalmente animada, frequentada por pensadores e artistas. Carlos Gustavo foi o último de sete filhos, e talvez seja essa a origem de sua predileção pelo “pequeno”. Crescendo em uma família que não era rica, mas unida, aberta a todos e caracterizada por um forte sentido religioso, especialmente por parte de sua mãe, quando criança Carlos Gustavo gostava de nadar, andar de bicicleta e “brincar” de padre.

Em 1965, seu terceiro irmão, Ismael, de quem era particularmente próximo, foi morto por guerrilheiros enquanto salvava a vida de um amigo italiano; mas alguns dias antes lhe havia dado dinheiro para comprar sua primeira Bíblia. A perda chocante, que revelou que Jesus estava muito próximo, de fato dentro de casa, levou Carlos Gustavo, de 15 anos, à decisão real de se tornar um sacerdote “especializado em humanidade” e na “pregação do coração”. Assim, após seus estudos de ensino médio no Colégio San Agustín, em Lima, e seu bacharelado em Ciências Sociais na Universidade Nacional Maior San Marcos, Castillo Mattasoglio participou de um retiro no Seminário Maior Santo Toribio, em Mogrovejo, na arquidiocese de Lima. Motivado pelo desejo de conhecer melhor algumas regiões do Peru, ele lecionou sociologia por alguns anos na Universidade “Daniel Alcides Carrión”, em Cerro de Pasco, nas montanhas. Em seu retorno à capital peruana, pediu para entrar no seminário. Foi logo enviado a Roma para estudos eclesiásticos, obteve a graduação em Filosofia e também Teologia, seguido pela licenciatura e doutorado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Foi ordenado sacerdote aos 34 anos de idade, incardinado na Arquidiocese de Lima em 15 de julho de 1984 e retornou definitivamente de Roma em junho de 1987. Desde então, é professor de Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Peru, cargo que ocupa ininterruptamente até hoje, ao lado de muitos outros encargos, começando pelo de conselheiro da União Nacional de Estudantes Católicos, de 1987 a 1998. No mesmo período, foi vigário paroquial em San Francisco de Asís por três anos, até 1990; logo depois, desempenhou a mesma função em La Encarnación por dois anos, antes de se tornar chefe arquidiocesano do trabalho pastoral universitário em Lima e colaborador na paróquia de San Juan Apóstol, de 1991 a 1999.

De 1996 a 1999, foi vigário da pastoral juvenil em Lima, organizador do vicariato juvenil e responsável pela pastoral vocacional. Por onze anos, até 2001, foi conselheiro nacional da Comissão da Juventude da Conferência Episcopal Peruana, consolidando um compromisso com as novas gerações que também o acompanhou durante seus anos como bispo.

Durante seus anos como vigário paroquial de San Juan Apóstol, entre 1999 e 2001, foi assessor nacional da pastoral juvenil no ano do Grande Jubileu de 2000. Em 2002, tornou-se pároco de Virgen Medianera, onde permaneceu até 2009, antes de assumir a paróquia de San Lázaro, no distrito de Rímac, bairro onde passou sua infância, do ano seguinte até 2015.

Enquanto isso, de 2003 a 2006, foi Diretor de Relações com a Igreja e membro do Conselho Universitário da Pontifícia Universidade Católica do Peru.

Sua nomeação como Arcebispo Metropolitano de Lima – o 33º na história – foi feita pelo Papa Francisco em 25 de janeiro de 2019, enquanto ele era professor de Teologia e assessor do Centro de Assistência Pastoral Universitária da Universidade Católica do Peru e colaborador paroquial em San Francisco Solano. O compromisso acadêmico, juvenil e paroquial nunca deixou de se entrelaçar na vida cotidiana de Dom Castillo Mattasoglio, que ia de um ponto a outro da cidade em sua bicicleta, levando proximidade e escuta para favorecer a participação de todos.

Ao receber a ordenação episcopal no dia 2 de março seguinte, o novo primaz do Peru escolheu como lema “A você eu digo: levante-se!”.

Durante a pandemia da Covid-19, que afetou particularmente os bairros populares da cidade, o arcebispo reorganizou completamente a Caritas e nomeou um de seus bispos auxiliares como gerente geral da pastoral da saúde, da escuta e da assistência espiritual.

Em sua juventude, ele foi aluno e colaborador do padre, primeiro diocesano e depois dominicano, Gustavo Gutiérrez, considerado um dos pais da teologia da libertação, e celebrou seu recente funeral lembrando sua “pequenez” e grande coragem. A opção preferencial pelos pobres é percebida como urgente por Castillo Mattasoglio que, atento às realidades daqueles que mais sofrem, não hesitou em denunciar o tráfico de drogas e a corrupção, males que pesam no país sul-americano, levando ao empobrecimento de grandes setores da sociedade.

Autor de vários livros e artigos sobre teologia, incluindo uma “Teologia da Regeneração” e o mais recente, deste ano, intitulado “Uma Igreja Pós-Clerical. Autoridade e Evangelho”, Dom Castillo é membro da Pontifícia Academia para a Vida desde 2022.

Em outubro passado, ele participou da Segunda Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos como coordenador do grupo de estudo sobre critérios e metodologias para o discernimento de questões doutrinárias, pastorais e éticas controversas.

4. Vicente Bokalic Iglic, arcebispo de Santiago del Estero, Argentina

A periferia está no centro da vida e do ministério de Vicente Bokalic Iglic, arcebispo de Santiago del Estero, recentemente nomeado Primaz da Argentina. Religioso da Congregação da Missão, ele é pastor há quase onze anos em uma cidade no interior do noroeste, a mais de mil quilômetros da capital Buenos Aires.

Ainda mais distantes estão as raízes de sua grande família: seu pai Vinko e sua mãe Pavla chegaram da Eslovênia em 1949, seguindo a onda de migração após a Segunda Guerra Mundial. Logo se estabeleceram em Lanús, na periferia sul de Buenos Aires, onde seus compatriotas haviam comprado lotes de terra adjacentes e, além de moradias, construíram uma igreja e uma escola.

A fé da comunidade era muito viva e foi aqui que Vicente nasceu em 11 de junho de 1952 e frequentou as escolas primárias locais com as irmãs franciscanas, bem como o ensino médio com os lazaristas em Escobar. Em 1º de março de 1970, ele entrou para a congregação fundada por São Vicente de Paulo no século XIX e cujo carisma é a caridade. Seus estudos continuaram com Filosofia no Colégio Máximo dos Jesuítas em San Miguel e Teologia no Seminário de Buenos Aires.

Em 5 de junho de 1976, emitiu seus votos perpétuos. Ordenado sacerdote em 1º de abril de 1978, celebrou sua primeira missa em Lanús junto com seu irmão Jožet, ordenado dez meses antes na capital eslovena, Ljubljana.

Nos dois anos seguintes, dedicou-se ao trabalho pastoral vocacional e juvenil na arquidiocese de Buenos Aires e, em 1981, tornou-se vigário paroquial de Nuestra Señora de la Medalla Milagrosa, um dos templos da capital argentina mais queridos pelos fiéis, conhecido por seus mais de 150 vitrais artísticos. Seu vínculo com esse local de culto permaneceu inalterado ao longo do tempo também porque ele voltou a trabalhar lá em duas outras ocasiões: entre 1991 e 1993 e de 2009 a 2010.

Nesse meio tempo, ele recebeu outras designações de sua congregação: por três anos (1983-1986) foi formador e ecônomo e, nos três anos seguintes, superior no seminário lazarista. Não lhe faltou experiência missionária: de 1994 a 1997, esteve na prelazia de Deán Funes e, de 2000 a 2003, foi pároco na diocese de Goya. Ao mesmo tempo, de 1997 a 2000, dirigiu o seminário lazarista de San Miguel como superior e, de dezembro de 2003 a dezembro de 2009, foi superior provincial.

Em 15 de março de 2010, foi nomeado bispo titular de Summa e auxiliar de Buenos Aires por Bento XVI. No dia 29 de maio seguinte, foi o Cardeal Arcebispo Jorge Mario Bergoglio quem lhe conferiu a ordenação episcopal. Seu lema foi tirado do Evangelho de Lucas (4, 18): “Ele me enviou para evangelizar os pobres”.

Três anos mais tarde, em 23 de dezembro de 2013, o Papa Francisco o transferiu para a sede residencial de Santiago del Estero, localizada em uma região que representa o posto avançado mais ao sul do Inca, uma das poucas línguas nativas americanas sobreviventes. É um território vasto, com uma área de mais de 70.000 km e longas distâncias a serem percorridas: há até trezentos quilômetros entre o episcopado e a paróquia mais distante, e as estradas para as áreas mais rurais às vezes não são fáceis. Apesar disso, Bokalic fez do encontro seu estilo episcopal, convencido de que o relacionamento com as pessoas é um terreno frutífero para o Evangelho.

Em 27 de agosto de 2016, a beatificação de Maria Antonia de São José, nascida Maria Antonia de Paz y Figueroa (1730-1798), ocorreu em sua diocese, na presença de centenas de milhares de fiéis que se reuniram para homenagear a irmã conhecida como “Mama Antula”, mais tarde canonizada em 2024 pelo Papa Francisco, a primeira mulher argentina a ser proclamada santa.

Em outubro de 2021, o bispo também participou da inauguração, em Santiago del Estero, do “Parque do Encontro”: um lugar inter-religioso localizado em um jardim no qual há uma igreja católica e uma protestante, uma mesquita, uma sinagoga e um templo budista.

Em 22 de julho de 2024, o Pontífice elevou Santiago del Estero à categoria de arquidiocese, nomeando Bokalic como o primeiro arcebispo, com o título de Primaz da Argentina, até então ocupado pelo arcebispo pro tempore de Buenos Aires. Em uma nota conjunta com o pároco da capital, Jorge Ignacio García Cuerva, o novo primaz explicou “a base histórica” da decisão do Papa Bergoglio, lembrando que as origens da arquidiocese de Santiago del Estero são mais antigas do que as de Buenos Aires: a primeira data de 1570 e a segunda de 1620.

5. Luis Gerardo Cabrera Herrera, arcebispo de Guayaquil, Equador

O franciscano Luis Gerardo Cabrera Herrera, arcebispo metropolitano de Guayaquil e presidente da Conferência Episcopal do Equador (CEC), sempre defendeu os mais vulneráveis, a família e a sacralidade da vida humana.

Com 69 anos de idade, Dom Herrera nasceu em 11 de outubro de 1955 em Azogues, capital da província de Cañar, onde completou sua educação primária. Continuou seus estudos no Seminário Menor dos Frades e no Colégio Fiscal Juan Bautista Vázquez. Em seguida, estudou Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Equador, na capital Quito, onde entrou no noviciado franciscano em 1º de outubro de 1975.

Fez sua profissão solene em 1982 e tornou-se sacerdote dos Frades Menores em 8 de setembro de 1983. Em sua ordem, foi vice-mestre de noviços (de 1983 a 1985), membro do conselho provincial (de 1985 a 1988) e mestre de noviços em Riobamba de 1985 a 1990, quando foi enviado a Roma para a Pontifícia Universidade Antonianum, onde obteve o doutorado em Filosofia.

De volta à sua pátria, foi secretário de Estudos e Formação dos Irmãos e responsável pela pastoral vocacional da Província franciscana, de 1995 a 2000; diretor do Centro Nacional de Estudos Franciscanos, de 1996 a 2001; secretário executivo do setor de Ecumenismo da Comissão de Magistério e Doutrina da Conferência Nacional dos Bispos, de 1996 a 2003; Diretor do Instituto Filosófico-Teológico “Cardenal Bernardino Echeverría” de Quito e professor de Teologia e Espiritualidade Franciscana de 1998 a 2000; Ministro provincial do Equador de 2000 a 2003 e Vice-Presidente da Conferência dos Religiosos da América do Sul; Conselheiro geral da Ordem dos Frades Menores em Roma e responsável pelas Províncias franciscanas da América Latina e do Caribe de 2004 a 2009.

Em 20 de abril de 2009, aos cinquenta e três anos de idade, foi nomeado arcebispo de Cuenca por Bento XVI. Recebeu a ordenação episcopal no dia 4 de julho seguinte, na Catedral da Imaculada Conceição, pelo Núncio Apostólico Giacomo Guido Ottonello. Verbum Domini nuntiantes (“Anunciando a Palavra de Deus”) é seu lema episcopal escolhido.

Em 2011, foi nomeado vice-presidente da Conferência Episcopal, sendo reconfirmado em 2014 para o mandato de três anos seguinte, no qual também atuou como presidente da Comissão para os Leigos. Em março do mesmo ano, foi nomeado pelo Papa Francisco como membro da Congregação (agora Dicastério) para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Em julho de 2015, por ocasião da viagem apostólica do pontífice argentino ao Equador, ele participou da reunião com os bispos do país. No dia 24 de setembro seguinte, ele foi transferido para a sede metropolitana de Guayaquil pelo Papa Bergoglio. Em outubro do mesmo ano, participou da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

Em 11 de novembro de 2020, ele foi eleito presidente da CEE. Como arcebispo da maior cidade do país e chefe do episcopado, ele repetidamente pediu aos governantes que fossem próximos, ouvissem e servissem, independentemente da posição política ou religiosa. Também desempenhou um papel importante na busca do diálogo para a paz durante as manifestações que causaram mortes e ferimentos, além de denunciar o tráfico de armas e drogas e a situação insustentável das prisões do país, palco de tumultos sangrentos que, em um caso, resultaram em mais de cem mortes.

Em 2023 e 2024, em outubro, ele participou da Primeira e Segunda Sessões da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema da sinodalidade.

É o sexto cardeal na história do Equador, que em 2024 celebrou o 150º aniversário de sua consagração ao Sagrado Coração de Jesus e sediou o 53º Congresso Eucarístico Internacional com o tema “Fraternidade para curar o mundo”.

6. Fernando Natalio Chomalí Garib, arcebispo de Santiago do Chile, Chile

O perfil de Fernando Natalio Chomalí Garib, Arcebispo Metropolitano de Santiago do Chile, é caracterizado por uma formação em ciências da engenharia combinada com um compromisso com a proteção da vida desde a concepção até a morte natural e acompanhada pela promoção da paz.

Nascido na capital chilena em 10 de março de 1957, ele é filho de Juan e Vitalia e tem três irmãos. Depois de concluir seus estudos primários e secundários na Aliança francesa e no Instituto nacional, continuou sua educação na Pontifícia Universidade Católica do Chile, onde se formou em Engenharia Civil em 1981.

Três anos depois, ingressou no Pontifício Seminário Maior de Santiago e foi ordenado sacerdote em 6 de abril de 1991 pelo Arcebispo Carlos Oviedo Cavada. Em seguida, continuou seus estudos em Roma, com uma Licenciatura em Teologia Moral obtida em 1993 na Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense e um Doutorado em Sagrada Teologia obtido no ano seguinte na Gregoriana. Também na Urbe, em 1998, especializou-se com um mestrado em Bioética no Instituto João Paulo II (atualmente o Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família). Também se tornou professor dessas matérias: em 1995, foi nomeado professor de Teologia Moral no Pontifício Seminário Maior de Santiago e na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Chile. Na mesma universidade, dois anos depois, começou a lecionar Antropologia Teológica e Bioética e o Magistério da Igreja na Faculdade de Medicina. Escreveu vários livros sobre o assunto, incluindo Human Genome Project: Present and Future Perspectives and Ethical Dilemmas for the 21st Century (2005); Bioethics: The Value of Human Life in the Light of Reason and Faith (2009). Graças à sua atenção às questões morais, sociais e legais levantadas pelos desenvolvimentos nas ciências biológicas, em 2001, durante o pontificado de João Paulo II, ele foi chamado para colaborar com a Pontifícia Academia para a Vida e, em 2010, foi nomeado membro por Bento XVI. Nomeação confirmada pelo Papa Francisco em 2017.

Enquanto isso, em março de 2005, tornou-se pároco de Santa María de la Misericordia, em Santiago, e, em outubro seguinte, moderador da Cúria e presidente delegado do Conselho Econômico da Arquidiocese. No ano seguinte, em 6 de abril de 2006, foi nomeado bispo titular de Noba e auxiliar de Santiago do Chile por Bento XVI. No dia 3 de junho seguinte, ele recebeu a ordenação episcopal das mãos do Núncio Apostólico Aldo Cavalli. Seu lema episcopal diz: “Para mim, a vida é Cristo”.

Em 20 de abril de 2011, foi promovido Arcebispo Metropolitano de Concepción pelo Papa Ratzinger.

Em janeiro de 2018, ele estava entre os prelados que receberam o Papa Francisco no Chile em sua 22ª viagem apostólica internacional. Cinco meses depois, junto com os bispos de seu país, participou das reuniões convocadas pelo Pontífice no Vaticano.

Em 28 de julho de 2021, ele foi nomeado vice-presidente da Conferência Episcopal do Chile, um cargo de três anos que terminou em 17 de abril de 2024. Durante seu mandato, entre outras coisas, ele participou, em fevereiro de 2022, a convite do governo egípcio, do XXII Congresso organizado pelo Ministério de Assuntos Islâmicos e dedicado ao tema “O Contrato de Cidadania e seu Impacto na Conquista da Paz Global”. Naquela ocasião, ele apresentou um artigo intitulado “O trabalho humano como fonte de direitos e deveres e um caminho para alcançar a paz global”.

Em 25 de outubro de 2023, o Papa Francisco o nomeou Arcebispo Metropolitano de Santiago do Chile, sucessor do Cardeal Capuchinho Celestino Aós Braco.

Para recordar a importância dos direitos humanos, em 2023, ele dirigiu um documentário intitulado “Wednesday 15.30 Memories of an Absence” (Quarta-feira 15h30: Memórias de uma ausência), que registrou os testemunhos de familiares de vítimas e desaparecidos na ditadura de Augusto Pinochet no Chile (1973-1990). Juntamente com os líderes ortodoxos, anglicanos, evangélicos e pentecostais do Chile, e membros das comunidades judaica e muçulmana, ele também assinou um apelo para a reconciliação nacional em março de 2024, motivado pela crise de segurança vivida no país latino-americano.

7. Tarcisius Isao Kikuchi, arcebispo de Tóquio, Japão

Tarcisius Isao Kikuchi, do Japão, é o rosto da Caritas Internationalis e a voz dos bispos asiáticos como secretário-geral da Federação das Conferências Episcopais do Continente (Fabc). Missionário da Sociedade do Verbo Divino com experiência pastoral na África, arcebispo metropolitano de Tóquio desde outubro de 2017, também é presidente da Conferência Episcopal do Japão (Fabc).

Nascido em Iwate, na diocese de Sendai, em 1º de novembro de 1958, frequentou desde cedo a paróquia de seu bairro, onde seu pai, um catequista, o levava todos os dias. E foi ali, graças ao missionário suíço que liderava a comunidade, que ele desenvolveu o desejo de ajudar o próximo em qualquer lugar do mundo. Depois de entrar para o Seminário Menor dos Verbitas, fez sua profissão perpétua em 1985, sendo ordenado sacerdote em 15 de março do ano seguinte pelo bispo de Nagoya, Aloysius Nobuo Soma. 

Após estudos adicionais na Austrália, no Sacred Heart Institute, em Melbourne, iniciou sua experiência missionária em Gana, de 1986 a 1992, na Arquidiocese de Accra e na Diocese de Koforidua. Primeiro missionário do Sol Nascente na África, trabalhou por oito anos em uma paróquia no meio da floresta, sem água nem eletricidade, e mais tarde no campo de refugiados ruandeses de Bukavu, na República Democrática do Congo, depois Zaire.

De volta ao seu país, em sua congregação, foi formador, vice-prefeito de postulantes, diretor de vocações e conselheiro provincial de 1994 a 1999. Durante os mesmos anos, lecionou na Universidade Nanzan Verbita, em Nagoya, e foi membro do Comitê de Ajuda Internacional da Conferência Episcopal Japonesa, tornando-se também coordenador do Escritório de Justiça e Paz dos verbitas na região Ásia-Pacífico. Nomeado em 1998 como membro da Caritas Japan e representante dos bispos japoneses em várias conferências e reuniões internacionais, foi eleito provincial de sua congregação no Japão em 1999.

Em 29 de abril de 2004, aos 46 anos de idade, foi nomeado bispo de Niigata por João Paulo II e, em 20 de setembro seguinte, recebeu a ordenação episcopal na Aula da Seishin Girls’ Junior & Senior High School, pelo arcebispo de Tóquio, Peter Takeo Okada. Varietate unitas é o lema episcopal escolhido por ele.

 Nomeado em 13 de setembro de 2014 como membro da então Congregação para a Evangelização dos Povos, ele foi promovido pelo Papa Francisco à Sé Metropolitana de Tóquio em 25 de outubro de 2017, sucedendo a Dom Okada, que havia liderado a arquidiocese por 17 anos. Como chefe da pequena comunidade católica na maior metrópole da Ásia, ele deu as boas-vindas ao pontífice argentino em 25 de novembro de 2019, por ocasião de sua visita apostólica ao Japão. Uma viagem que também levou o pontífice às cidades mártires do holocausto nuclear, Nagasaki e Hiroshima.

8. Pablo Virgilio Siongco David, bispo de Kalookan, Filipinas

O estudioso bíblico e presidente do episcopado filipino, Pablo Virgilio Siongco David, é uma testemunha corajosa contra a violência, a corrupção e a injustiça, sempre ao lado dos mais vulneráveis. Bispo de Kalookan, “Ambo”, como é carinhosamente chamado, também está muito atento aos problemas de seus compatriotas forçados a emigrar para fora do país asiático.

Nascido em 2 de março de 1959 em Betis, região de Luzon Central, província de Pampanga, arquidiocese de San Fernando, ele é o décimo de treze filhos. Ele cursou o ensino médio no Seminário Menor Mother of Good Counsel, formou-se em Filosofia na Universidade Ateneo de Manila e Teologia na Loyola School of Theology.

Autor de inúmeras publicações sobre a Sagrada Escritura, foi nomeado bispo titular de Guardialfiera e auxiliar de San Fernando por Bento XVI em 27 de maio de 2006. Recebeu a ordenação episcopal no dia 10 de julho seguinte, das mãos do Cardeal Gaudencio B. Rosales. Seu lema episcopal é “kenosis”, um termo grego extraído da carta aos Filipenses 2, 7, que destaca o esvaziamento de si mesmo.

Em 14 de outubro de 2015, foi nomeado Bispo de Kalookan pelo Papa Francisco.  Desde 2017, ele atua como vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos e é seu presidente desde 2021.

Em 2019, a Universidade de Manila lhe concedeu o “Bukas Palad”, Tagalog para “Prêmio Generosidade”: “Por sua coragem em se manifestar contra o mal da injustiça e da violência”. Ele sempre cuidou dos pobres, marginalizados, pessoas frágeis e crianças de rua. Criou programas de bolsas de estudo e lutou abertamente contra a injustiça, arriscando sua vida várias vezes.

Em 22 de fevereiro de 2024, foi eleito vice-presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (Fabc), cujo mandato terá início em 2025.

9. Ladislav Nemet, arcebispo de Belgrado, Sérvia

Um missionário “construtor de pontes” entre o leste e o oeste do velho continente, entre as almas espirituais do cristianismo oriental e ocidental, com uma proposta abrangente de diálogo e paz, apesar das tensões e fragmentações que animam a região onde Ladislav Nemet, Arcebispo Metropolitano de Beograd (Sérvia) desde 5 de novembro de 2022 presta seu serviço. Também como vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE).

Religioso de sessenta e oito anos da Sociedade do Verbo Divino, há mais de oito anos Ladislav Nemet preside a Conferência Episcopal Internacional “Santos Cirilo e Metódio”, que reúne os bispos da Sérvia, Montenegro, Kosovo e Macedônia do Norte em uma visão de unidade e coexistência pacífica.

Nascido em 7 de setembro de 1956 em uma família católica de origem húngara na cidade de Odžaci, província autônoma de Vojvodina, na diocese sérvia de Subotica, de 1971 a 1976 ele cursou o ensino médio na escola diocesana Paulinum em Subotica.

Entrou nos Verbitas em 1977 – seguindo os passos de um tio materno, também religioso Verbita, clandestino na Hungria comunista – estudou Filosofia e Teologia em Pieniężno, na Polônia, onde emitiu os votos perpétuos a 8 de setembro de 1982 e recebeu a ordenação sacerdotal em 1º de maio de 1983.

Em 23 de abril de 2008 foi nomeado bispo da diocese sérvia de Zrenjanin e em 5 de julho seguinte recebeu a ordenação episcopal na catedral de São João de Nepomuk do cardeal Péter Erdő, arcebispo metropolitano de Esztergom-Budapeste e primaz da Hungria. Benedicite, omnia opera Domini, Domino é o lema episcopal que ele escolheu, extraído do “Cântico dos Três Jovens” do terceiro capítulo do Livro de Daniel (3, 49-90).

Em 16 de março de 2016 foi eleito presidente da Conferência Episcopal Internacional dos Santos Cirilo e Metódio – depois de ter sido seu secretário geral desde 2009 – sendo reeleito para um segundo mandato em 2021. Em setembro do mesmo ano foi nomeado primeiro vice -presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa e em 5 de novembro de 2022 foi promovido pelo Papa Francisco à Sé Metropolitana de Belgrado, sucessor de Stanislav Hočevar, que a guiava desde 2001.

10. Ignace Bessi Dogbo, arcivescovo di Abidjan, Costa do Marfim

Bispo há vinte anos, quarto cardeal na história da jovem Igreja do seu país, é originário de Niangon-Adjamé, diocese de Yopougon, onde nasceu em 17 de agosto de 1961, numa família católica praticante. A sua vocação amadureceu depois de ingressar num pequeno coro fundado por um missionário leigo basco. Precisamente durante uma conversa com este último – que além de garantir a educação cristã dos meninos, se encarregava de custear os estudos – o jovem Ignace decidiu seguir o caminho do sacerdócio.

Nomeado bispo de Katiola por João Paulo II em 19 de março de 2004, recebeu a ordenação episcopal em 4 de julho, na Catedral de Santo André, em Yopougon, de Dom Laurent Akran Mandjo, que já o havia ordenado sacerdote. Como lema episcopal escolheu um versículo da primeira Carta aos Coríntios: “Tudo para todos” (9, 22).

Em 2017 foi nomeado administrador apostólico de Korhogo, após a renúncia por motivos de saúde do arcebispo Marie-Daniel Dadiet, de 65 anos. Em 3 de janeiro de 2021 foi promovido a arcebispo metropolitano da mesma sé pelo Papa Francisco, permanecendo lá por aproximadamente três anos. De fato, no dia 20 de maio passado foi transferido para a arquidiocese metropolitana de Abidjan, na maior e mais populosa cidade do país da África Ocidental, sucessor do cardeal Jean-Pierre Kutwa.

11. Jean-Paul Vesco, arcebispo de Argel, Argélia

Jean-Paul Vesco, arcebispo metropolitano de Argel, nasceu em Lyon, França, em 10 de março de 1962. Criado em uma família de três irmãos, educado na fé católica por sua mãe, Monique Chaillan, enfermeira, e por seu pai, Maxime Vesco, Segurador, completou os estudos secundários no Externat Sainte Marie de Lyon (Irmãos Maristas), onde recebeu formação intelectual e espiritual.

Aos 33 anos optou por ingressar na ordem dos frades pregadores da província de Lyon (Estrasburgo). Em 1995 iniciou o noviciado e em 14 de setembro de 1996 fez a primeira profissão religiosa. Foi ordenado sacerdote em 24 de junho de 2001 em Lyon.

Em 16 de outubro de 2007 foi nomeado superior da comunidade dominicana de Tlemcen, cargo que ocupou até 28 de dezembro de 2010, quando se tornou prior provincial da França de sua ordem, mudando-se para Paris em janeiro de 2011.

Em 1º de dezembro de 2012 foi nomeado bispo de Oran por Bento XVI. Em 25 de janeiro de 2013 recebeu a ordenação episcopal do Cardeal Philippe Barbarin, Arcebispo de Lyon. Je veux vivre et donner envie de vivre (“Quero viver e doar vontade de viver”) é o seu lema episcopal.

Em 27 de dezembro de 2021 foi promovido a arcebispo metropolitano de Argel pelo Papa Francisco. Tomou posse da arquidiocese em 11 de fevereiro de 2022 e serviu como administrador apostólico da diocese de Oran até 22 de outubro de 2023.

12. Dominique Joseph Mathieu, arcebispo de Teerã-Isfahan dos Latinos, Irã

A tensão incansável face ao encontro é a marca que caracteriza a vida do Frade Menor Conventual Dominique Joseph Mathieu, empenhado em fazer amadurecer a centelha da fraternidade primeiro na Bélgica, depois no Líbano e particularmente no Irã desde que, em 2021, se tornou arcebispo de Teerã-Isfahan dos latinos.

“Filho de São Francisco”, o religioso compromete-se a seguir os passos do Pobre de Assis no Oriente, interpretando o mesmo estilo de presença numa terra difícil, com a missão de ser instrumento de paz na casa comum e para todos os irmãos.

Nascido em 13 de junho de 1963 na cidade valona de Arlon, na diocese de Namur, é o filho mais velho de Roland e Monique Mathieu

Há onze anos mudou-se para o Líbano, para a Custódia provincial do Oriente e da Terra Santa, onde foi secretário da custódia, formador, mestre de noviços e reitor de postulantes e candidatos.

Foi o definidor geral da ordem quando, em 8 de janeiro de 2021, recebeu a nomeação do Papa Francisco como arcebispo de Teerã-Isfahan dos Latinos, após ter mudado o nome da Circunscrição de Isfahan dos Latinos, na República Islâmica do Irã. . A ordenação ocorreu no dia 16 de fevereiro seguinte, festa de São Marutas, padroeira do Irã, na Basílica dos XII Apóstolos, em Roma.

13. Roberto Repole, arcebispo de Turim, Itália

Um profundo conhecimento teológico em diálogo com a cultura contemporânea, aliado a um estilo de proximidade com os fiéis e com a realidade quotidiana são o traço característico do ministério de Roberto Repole, arcebispo metropolitano de Turim e bispo de Susa (Itália), nascido na capital piemontesa em 29 de janeiro de 1967.

Recebeu a ordenação sacerdotal em 13 de junho de 1992, nos quatro anos seguintes foi vigário na paróquia de Jesus Redentor e colaborador da paróquia do Santíssimo Nome di Maria de Turim. Aqui ele dedicou-se especialmente aos jovens.

Em 19 de fevereiro de 2022 foi nomeado pelo Papa Francisco como o 95º arcebispo metropolitano de Turim e bispo de Susa, unindo assim in persona Episcopi as duas sedes. Sucedeu a Cesare Nosiglia, de quem recebeu a ordenação episcopal no dia 7 de maio seguinte. O seu lema é: «Christus tradidit seipsum pro me», trecho da Carta de São Paulo aos Gálatas (2, 20), no qual o Apóstolo sublinha que Cristo «se entregou por mim».

14. Baldassare Reina, arcebispo titular de Acque di Mauritania, vigário geral de Sua Santidade para a Diocese de Roma, arcipreste da Basílica Papal de São João de Latrão

Há apenas dois meses, juntamente com o anúncio da púrpura, recebeu de Francisco a nomeação como seu vigário geral para Roma, confirmando um compromisso pastoral que nos últimos dois anos e meio o viu entre os protagonistas – primeiro como bispo auxiliar e depois como vice-gerente da vida eclesial da diocese do Papa. Para o siciliano Baldassare Reina, abre-se o terceiro capítulo de uma experiência vivida desde o início como uma “surpresa” da Providência. E diante do esforço e do entusiasmo daqueles que – vindos de uma pequena cidade do interior de Agrigento – foram chamados a colaborar diretamente na missão do Pontífice num contexto vasto e complexo como o da Igreja que preside todos os outros em comunhão e na caridade.

Após os primeiros quatro anos de Teologia no Estudo Teológico San Gregorio de Agrigento (filiado à Faculdade Teológica de Palermo), seus superiores o enviaram a Roma para completar seus estudos. Ex-aluno do Almo Collegio Capranica e aluno da Pontifícia Universidade Gregoriana, foi ordenado sacerdote em 8 de setembro de 1995.

Em maio de 2022, Reina iniciou uma experiência de serviço no Dicastério para o Clero e no dia 27 do mesmo mês foi nomeado bispo titular de Acque di Mauritânia e auxiliar da diocese de Roma pelo Papa Francisco. Recebeu a ordenação episcopal no dia 29 de junho seguinte do cardeal vigário Angelo De Donatis. Seu lema: Caritas patiens est.

15. Frank Leo, arcebispo de Toronto, Canadá

Décimo nono cardeal na história da Igreja canadense, Frank Leo é arcebispo metropolitano da maior diocese do vasto país norte-americano, a de Toronto, desde 11 de fevereiro de 2023. Uma comunidade cosmopolita entre as mais diversas do continente, com cerca de dois milhões de fiéis, onde a missa é celebrada em mais de trinta línguas.

Aos quinze anos ele sentiu seu chamado. Tendo ingressado no Seminário em 1990, frequentou os cursos de Filosofia e Teologia no Institut de Formation Théologique de Montréal (Iftm), obtendo o bacharelado em Filosofia em 1992 e a licenciatura e depois o doutorado em Teologia (2005), com especialização em Teologia Mariana. estudos, no Instituto Internacional de Pesquisa Mariana (IMRI) da Universidade de Dayton em Ohio, Estados Unidos da América.

Pouco antes da visita papal ao Canadá, em 1º de fevereiro de 2022, Frank Leo tornou-se vigário geral e moderador da cúria arquidiocesana de Montreal. E em 16 de julho, na véspera da chegada de Francisco, foi nomeado bispo titular de Tamada e bispo auxiliar de Montreal, recebendo a ordenação episcopal no dia 12 de setembro seguinte do arcebispo metropolitano Christian Lépine.  Quodcumque dixerit facite (“Fazei tudo o que ele vos disser”) é o lema episcopal escolhido, retirado do episódio das Bodas de Caná.

16. Rolandas Makrickas, arcebispo titular de Tolentino, arcipreste coadjutor da Basílica Papal de Santa Maria Maior

Da Lituânia, sua terra natal, ao serviço diplomático da Santa Sé em vários países do mundo, até à responsabilidade pela mais antiga Basílica Mariana de Roma e de todo o Ocidente: este é o itinerário percorrido Cardeal Rolandas Makrickas, de 52 anos, arcipreste coadjutor de Santa Maria Maior.

Ordenado sacerdote em 20 de julho de 1996 para o clero de Panevėžys, no mesmo ano foi eleito pelos Bispos Lituanos como subsecretário da Conferência Episcopal e chefe da Comissão Nacional do Grande Jubileu de 2000, mantendo o mandato até o final de 2001.

Trabalhou nas representações pontifícias na Geórgia (Armênia e Azerbaijão), na Suécia (Dinamarca, Noruega, Finlândia e Islândia), nos Estados Unidos da América e no Gabão (e República do Congo).

Em 11 de fevereiro de 2023 foi nomeado arcebispo titular de Tolentino e em 15 de abril seguinte recebeu a ordenação episcopal na basílica que abriga o venerado ícone da Virgem Salus Populi Romani, do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, co-consagrando o Cardeal Stanisław Ryłko, arcipreste de Santa Maria Maior, e arcebispo Edgar Peña Parra, substituto da Secretaria de Estado. Deus fidelis manet é o lema episcopal que ele escolheu para expressar a experiência pessoal de fé em Deus, único crente que nunca abandona o seu povo.

17. Mykola Bychok, bispo dos Santos Pedro e Paulo de Melbourne dos Ucranianos, Austrália

Ucraniano, nascido há 44 anos no território da então União Soviética, o cardeal Mykola Bychok é o mais jovem cardeal do Colégio e hoje lidera a comunidade greco-católica dos seus compatriotas que emigraram para a Austrália, profundamente ligados à sua terra atormentada por quase três anos de guerra. Religioso da congregação do Santíssimo Redentor, bispo da eparquia dos Santos Pedro e Paulo de Melbourne dos Ucranianos (para os fiéis de rito bizantino residentes na Oceania), nasceu em 13 de fevereiro de 1980 em Ternopil, cidade atingida por vários vezes por bombas durante o conflito que se seguiu à invasão russa.

Em 15 de janeiro de 2020 foi nomeado bispo da eparquia dos Santos Pedro e Paulo de Melbourne dos Ucranianos, na Austrália, pelo Papa Francisco. Em 7 de junho de 2020, dia de Pentecostes segundo o calendário juliano, recebeu a ordenação episcopal, na Catedral de São Jorge, em Lviv, do arcebispo maior de Kiev-Halych, Sviatoslav Shevchuk. Como lema episcopal escolheu uma expressão mariana: “Santa Mãe de Deus, salva-nos”.

18. Timothy Peter Joseph Radcliffe, teólogo

Teólogo dominicano e estudioso da Bíblia, Mestre Geral de sua ordem religiosa por quase uma década, orador e conferencista, escritor de fama internacional, Timothy Peter Joseph Radcliffe, de quase oitenta anos, esteve entre os protagonistas do Sínodo sobre a sinodalidade, no qual ele ofereceu apreciadas meditações aos participantes de ambas as sessões realizadas no outono de 2023 e 2024.

Nasceu em Hendon, Londres, a 22 de Agosto de 1945, numa família aristocrática de Yorkshire, filho de pai inglês, Hugh, ocupado com a cidade, e de mãe portuguesa, Marie Therese.

Em 1965 ingressou nos Frades Pregadores, ordem fundada por São Domingos de Guzmán, e formou-se estudando teologia dogmática e Sagrada Escritura entre Paris e Oxford.

Ordenado sacerdote em 2 de outubro de 1971 por Dom Edward Christopher Butler, auxiliar de Westminster, de 1982 a 1988 foi prior do convento de Oxford, onde ensinou a Sagrada Escritura na prestigiada universidade, no centro dominicano conhecido como Blackfriars hal.

Em 2003 recebeu um título honorário em Teologia pela Universidade de Oxford e recebeu doutorados de outras doze universidades, incluindo Freiburg e o próprio Angelicum. Por último, também da Liverpool Hope University.

Com base no cânon 351 do Código de Direito Canônico, pediu ao Papa Francisco a dispensa da ordenação episcopal.

19. Fabio Baggio, arcebispo titular eleito de Urusi, subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral

A música como paixão, a missão como vocação, o mundo dos migrantes como área prioritária de serviço: estes três “m” podem exemplificar o ministério do scalabriniano Fabio Baggio, 60 anos em janeiro próximo, subsecretário da Dicastério durante sete anos para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral – até dois anos atrás com responsabilidade pela Seção de Migrantes e Refugiados – e durante cerca de um ano diretor geral do Centro de Educação Superior Laudato si’, criado pelo Papa Francisco para desenvolver e realizar o projeto no povoado homônimo iniciado nas Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo.

No Angelus do dia 6 de outubro passado, o Pontífice argentino anunciou a intenção de nomear o Padre Baggio cardeal, depois de ter recusado várias vezes propostas anteriores, e no dia 1 de novembro passado nomeou-o bispo titular de Urusi, com o título pessoal de arcebispo. Receberá a ordenação episcopal na tarde de sábado, 11 de janeiro, na capela do Centro Missionário Scalabrini de Bassano del Grappa.

20. George Jacob Koovakad, arcebispo titular de Nisibi dos Caldeus, coordenador das Viagens Apostólicas

É o homem que há três anos, com cuidado e discrição, está ao lado do Papa Francisco nas visitas internacionais: George Jacob Koovakad é o funcionário da Secretaria de Estado responsável pela organização das viagens papais. Uma tarefa de grande peso e responsabilidade – a ponto de levar o Pontífice a compará-la, em tom de brincadeira, a uma “ditadura” – que, no entanto, o indiano de 51 anos do serviço diplomático da Santa Sé realiza com serenidade, tanto que ganhou o apelido de “ditador do sorriso”.

Nascido em Chethipuzha, na arquidiocese de Changanacherry dos siro-malabarianos, em 11 de agosto de 1973, filho de Jacob Varghese Koovakad e Leelamma Jacob Kallukalam, tem uma irmã e um irmão. Seu tio é sacerdote religioso e foi um dos inspiradores de sua vocação.

Recebeu educação primária e secundária em Kerala, um estado no sul da Índia onde o cristianismo é a terceira religião (depois do hindu e do islâmico) em número de adeptos.

Ordenado sacerdote em 24 de julho de 2004, incardinando-se em Changanacherry, ingressou no serviço diplomático da Santa Sé em 1º de julho de 2006.

Em 25 de outubro de 2024 foi nomeado arcebispo titular de Nisibis dos Caldeus pelo Papa Francisco e no dia 24 de novembro seguinte recebeu a ordenação episcopal na catedral da Igreja Metropolitana de Santa Maria em Changanacherry.

21. Domenico Battaglia, arcebispo de Nápoles, Itália

“Filho do Sul” da Itália, onde a fadiga se dissolve na esperança como o sal na água do mar, o Cardeal Domenico Battaglia é antes de tudo um “padre de rua”. “Padre Mimmo”, como todos o chamam, escolheu caminhar ao lado dos toxicodependentes, dos pobres, dos encarcerados, das mulheres vítimas de violência e dos jovens que correm o risco de se perderem nas periferias, não só geográficas, mas sobretudo existenciais. Nasceu em Satriano, na arquidiocese calabresa de Catanzaro-Squillace, em 20 de janeiro de 1963.

Em 24 de junho de 2016, o Papa Francisco nomeou-o bispo de Cerreto Sannita – Telese – Sant’Agata de’ Goti, diocese sufragânea de Benevento, na Campânia. Recebeu a ordenação episcopal no dia 3 de setembro seguinte, na catedral de Catanzaro. Confide, surge, vocat te! (“Coragem, levanta, te chama!”) é o lema episcopal escolhido

É autor de textos e publicações sobre espiritualidade, incluindo um volume sobre a urgência educativa no Sul para combater modelos desviantes e um livro recente sobre Don Peppe Diana, o padre morto pela Camorra há trinta anos.



Fonte (Vatican News)

Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.

A opinião do post não é necessariamente a opinião do nosso blog!

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