Cada pessoa humana pode mudar o curso da História.
Sérgio Carvalho – L’Osservatore Romano
Cada pessoa humana é única e irrepetível. Passa por esta vida e marca as pessoas com quem lida e lhe são próximas. Mas, cada um de nós, por vezes não sabe a força das suas palavras, dos seus escritos e dos seus atos.
Tudo o que dizemos, escrevemos e fazemos tem repercussões na nossa vida e na vida coletiva, com mais ou menos impacto. A História mostra-nos isso mesmo. Pessoas simples ou de quem pouco ou nada se espera, mudam o curso da História e alteram os destinos das pessoas e dos povos.
Veja-se o exemplo dos fundadores das grandes religiões: Jesus de Nazaré, Moisés, Maomé, Buda ou Confúcio. Ou de grandes líderes como Gandhi, Mandela, João Paulo ii, Churchill, para só falar dos mais recentes.
Todos nós temos um lugar e uma missão neste mundo. O segredo está em descobri-la e cumpri-la.
No dia 13 de fevereiro, passaram-se 20 anos do falecimento da irmã Lúcia, vidente de Fátima. Quem diria que aquela menina analfabeta, no tempo das aparições da Cova da Iria, teria tanto impacto na vida dos portugueses e dos católicos a nível mundial.
Como seria possível pensar que uma simples criança da Serra de Aire, seria uma verdadeira «influencer» dos tempos modernos. A mensagem que nos transmitiu ao longo dos 98 anos de existência foi de simplicidade, coerência e de cumprimento da sua missão nesta vida: dar a conhecer a mensagem que a Mãe de Deus lhe confiou e espalhar a prática da oração e da conversão de vida para alcançar a paz.
A irmã Lúcia cumpriu essa missão através da sua vida de oração e de um verdadeiro apostolado epistolar e literário. Sabemos que escreveu e respondeu a milhares de cartas. Publicou vários livros como as suas Memórias (1º e 2º volumes), Apelos da mensagem de Fátima e Como vejo a mensagem de Fátima.
Tive a bênção de me ter correspondido e comunicado com ela, por entreposta pessoa, pois as leis do recolhimento e clausura monástica a isso obrigavam. Quis a providência que nas minhas funções profissionais me coubesse a organização da apresentação pública do seu livro «Apelos da mensagem de Fátima».
Como acredito que nada acontece por acaso, a convivência com sacerdotes seus familiares e vários dos seus parentes, fez-me sempre muito próximo dela. Da irmã Lúcia recebi palavras de conforto e incentivo, bem como a certeza das suas orações. Quando percorro os locais que ela frequentou e onde viveu partes da sua longa vida: Vilar, Gaia, Tui, Pontevedra, Coimbra e Fátima, fico a pensar como é que uma simples menina, mudou o curso da vida de tantas pessoas.
São dezenas de milhares aqueles que peregrinam a pé, anualmente, até ao santuário de Fátima. Mais de 4 milhões e meio de pessoas participaram, no ano passado, nas celebrações na Cova da Iria e muitos mais são os que passam por lá. Os milhares de locais que são dedicados a Nossa Senhora de Fátima, entre igrejas, escolas, santuários, instituições, ruas e as pessoas com o nome Fátima.
No dia da sua transladação para a Basílica de Fátima, um ano após o falecimento, estive na Cova da Iria, e recordo como numa manhã de tempestade, quando o seu féretro entrou no santuário, o sol se abriu e um raio de sol como que a seguiu até ao lugar do seu repouso eterno.
Se cada um de nós fizer o seu papel neste palco que é a nossa existência, podemos, certamente, mudar o curso da História.
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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