Arquidiocese do Rio de Janeiro: 34º Curso para os bispos do Brasil


Teve início no dia 27, segunda-feira, o 34º Curso para os Bispos do Brasil, oferecido pela arquidiocese do Rio de Janeiro no Centro de Estudos do Sumaré. O curso, realizado desde 1990, tem como temática deste ano “O kerigma e os desafios pastorais como fonte de esperança.”

Diácono Eduardo Silva – Arquidiocese do Rio de Janeiro

Saudando os mais de 80 bispos inscritos nesta edição de 2025, vindos de diversas regiões do Brasil, o cardeal D. Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, recordou que o Curso para os bispos, “já consolidado em nosso calendário eclesial, é um espaço privilegiado para a reflexão, o discernimento e a comunhão, no qual aprofundamos nossa missão como sucessores dos apóstolos, chamados a anunciar e testemunhar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.”

O cardeal Tempesta chamou atenção para o tema deste ano, que surge como um convite para se voltar ao essencial da missão, que é proclamar a Boa Nova de Jesus Cristo com vigor e fidelidade. Para isso, trabalhando desde as questões relativas aos dados preliminares do último censo do IBGE acerca da presença da religião no Brasil, passando pelo aniversário de 1700 anos do Concílio de Niceia, e refletindo os desafios pastorais contemporâneos mundiais e da realidade brasileira, o Curso para os bispos quer ser, nas palavras de D. Orani, “um campo livre para reflexões pessoais que nos motivem em nossa ação pastoral.”

Santa Missa

Santa Missa

A abertura contou também com uma palavra do núncio apostólico no Brasil, D. Giambattista Diquattro, que recordou a “sinodalidade” da Santíssima Trindade como modelo da sinodalidade a ser vivida pelo episcopado e, em seguida, o coordenador geral do curso, D. Antônio Catelan, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, apresentou o programa do curso, que se desenvolverá em três núcleos temáticos: o kerigma, os desafios pastorais e o tema da esperança. Fechando a noite de abertura do curso, houve uma reflexão de D. Karl Josef Romer, bispo auxiliar emérito, que organizou, a pedido do cardeal Eugênio Sales, o primeiro Curso para os Bispos em 1990.  

Na manhã de terça-feira, os bispos iniciaram o dia com a Santa Missa, presidida pelo cardeal Victor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé. Refletindo a temática do anúncio do evangelho, o cardeal recordou que a ação missionária dispõe as pessoas, mas é o Espírito Santo que realiza o acontecimento da fé. “No keryma”, recordou D. Victor, “o Espírito Santo não é um conteúdo, é o agente que converte o anúncio em um acontecimento salvífico”.

Santa Missa

Santa Missa

Nessa primeira manhã de estudos, os bispos participaram de uma primeira conferência com o tema O atlas religioso do Brasil: uma leitura a partir do Censo Demográfico 2022. Felipe Feijó, coordenador de área do IBGE, apresentou números e estudos acerca da realidade religiosa no Brasil, destacando o crescimento dos “sem religião” e a necessidade da evangelização no meio urbano e entre os jovens, maior grupo afetado pela migração religiosa.

A segunda conferência ficou a cargo do Cardeal Victor Fernández, que apresentou O kergima que Papa Francisco nos propõe anunciar no contexto brasileiro. Recordando o convite do Papa a um estado permanente de missão, o cardeal argentino definiu o kerigma como “a proclamação (ato de anunciar) da mensagem pascal que provoca a irrupção de um acontecimento na pessoa e na sociedade (o Reino). É um anúncio potente, que tem em si mesmo a força de provocar uma experiência, que por sua vez funda uma situação nova. Papa Francisco o sintetiza dizendo que seu conteúdo é ‘a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado’ (EG 36).” A proposta que o magistério de Francisco traz, ressaltou D. Victor, exige uma conversão pastoral e missionária que pressupõe uma renovação pessoal.  “Não podemos colocar nossa segurança no que nós sabemos e que os outros, ignorantes, não entendem: isso é cômodo e pouco generoso. É melhor reconhecer que assim não podemos seguir adiante e precisamos abrir-nos generosamente a um novo Pentecostes missionário.”

A manhã de estudos do episcopado brasileiro terminou com um diálogo em pequenos grupos, com a motivação “como vemos a realidade do Brasil?”. O 34º Curso para os bispo segue em sua programação até sexta-feira, 31 de janeiro.



Fonte (Vatican News)

Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.

A opinião do post não é necessariamente a opinião do nosso blog!

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