Ao final do encontro semanal com os fiéis desta quarta-feira (06), Francisco pode conhecer diferentes iniciativas que projetam a paz no mundo. Um momento também para saudar protagonistas de histórias reais desses percursos.
Rosario Capomasi – L’Osservatore Romano
Nos olhos das pessoas de Vinnytsia, uma cidade ucraniana na região histórica de Podolia, todo o sofrimento causado por quase três anos de guerra é claramente visível. São os olhos do pequeno Roman, gravemente queimado há dois anos por uma explosão, que outro dia, em seu abraço com o Papa Francisco durante o Encontro Internacional sobre os Direitos das Crianças, ainda assim, abriu um sorriso de esperança em seu rosto. E esses são os olhos de Zinovy Svereda, representante do Centro ‘Il cammino di San Giacomo’, nesta quarta-feira (05/02), na Audiência Geral na Sala Paulo VI para lançar o desejo de paz. A iniciativa – conta ele – nasceu “com a intenção de promover a cultura espiritual, os valores cristãos e a importância da peregrinação”. E precisamente com relação a esse último aspecto, Svereda explica como em Vinnytsia foi traçada uma rota por onde passará o conhecido “Caminho de Santiago de Compostela”: “o desejo”, conclui, “é que, uma vez terminado o conflito, o novo trecho possa se estender para incluir a maior parte da Ucrânia”.
Da tristeza à esperança passou Iman, 30 anos, muçulmana curda agora acolhida na Itália, que na Audiência Geral queria a todo custo estar presente na Sala Paulo VI, com seus quatro filhos, para agradecer mais uma vez a quem mudou sua vida: o Papa Francisco. “Em 2018, fugimos do Curdistão iraquiano”, diz ela, “para desembarcar no Chipre, onde ficamos em um campo de refugiados por três anos”. Em dezembro de 2021, o encontro com o Pontífice em uma visita à ilha mediterrânea durante a viagem que também foi à Grécia. “Contei-lhe minha história e ele me tranquilizou dizendo: ‘rezo por vocês, minha ajuda não faltará’”. E assim, graças aos corredores humanitários da Comunidade de Sant’Egidio, a mulher renasceu para uma nova vida em Roma, onde começou os estudos que foi impedida de fazer quando criança. “Este ano, farei o exame de conclusão do ensino médio e, no ano que vem, me inscreverei na escola de idiomas para aprender a me comunicar com pessoas de todo o mundo”.
Cerca de 60 estudantes e professores, de religião católica, judaica e muçulmana, de Israel, da Palestina e dos Estados Unidos da América, que participaram nestes dias da conferência “Meaning Meets us”, uma iniciativa de diálogo inter-religioso organizada por Scholas Occurrentes em colaboração com a Universidade Hebraica de Jerusalém e a Universidade de Notre-Dame, no final da audiência entregaram ao Papa uma carta com as conclusões do trabalho assinada por eles. Nela, observa o presidente de Scholas, José María del Corral, “é sublinhada a importância do confronto entre culturas e confissões diferentes para crescer reciprocamente”.
Esse caminho de diálogo entre diferentes credos que a delegação de estudantes e professores de nacionalidade albanesa, das universidades de Tirana, Roma e Perugia, percorreu por ocasião do aniversário de 10 anos da visita do Papa Francisco à Terra das Águias. Acompanhando-os estava, entre outros, a embaixadora da Santa Sé, Majlinda Frangaj. “Na Albânia”, disse ela, “os seguidores das três grandes religiões monoteístas coexistem pacificamente”, “de onde se sente particularmente o compromisso de cooperar para a construção de um Estado justo, onde triunfe o respeito pela dignidade humana”.
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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