De Cássia, a oração escrita pelas monjas para Leão XIV

16/maio/2025


Os agostinianos de clausura a compuseram logo após a eleição do novo Pontífice, que visitou a cidade italiana da Úmbria diversas vezes para venerar Santa Rita. A “santa das causas impossíveis” será celebrada no dia 22 de maio e, para permitir a preparação dos fiéis, as religiosas “abriram” o coro do seu mosteiro para a recitação diária do Terço, que pode ser acompanhada ao vivo no YouTube

Tiziana Campisi – Vatican News

“Mãe da Graça, guarda e protege o Santo Padre Leão XIV. Que sob o teu manto ele encontre sempre a força e a luz do amor para levar ao mundo a paz do Senhor Ressuscitado. Juntamente com os santos da nossa Ordem, em particular Santo Agostinho e Santa Rita, com o seu testemunho de vida, ajuda-nos a todos a reacender em nossos corações a nostalgia ‘ardente’ de Deus, beleza tão antiga e tão nova”. É a oração que as monjas agostinianas do Mosteiro de Santa Rita, na cidade de Cássia, compuseram para pedir à Virgem que apoiasse o novo Pontífice, um religioso sob a regra do bispo de Hipona. Foi nesta pequena cidade italiana da Úmbria que o cardeal Prevost presidiu o solene pontifical do ano passado, no dia da memória litúrgica de Santa Rita, 22 de maio, e esteve lá diversas vezes durante os anos em que foi prior geral da Ordem de Santo Agostinho, de 2001 a 2013.

A oração das monjas “aberta” ao público

E uma semana antes da festa dedicada à santa agostiniana das “causas impossíveis”, em Cássia são várias as iniciativas propostas aos fiéis. Desde segunda-feira (12), e até o dia 20 de maio, para a Novena de Santa Rita, as religiosas abriram excepcionalmente parte do claustro e todos os dias, às 11h50, é possível acompanhar, em modo virtual - no canal do YouTube Santa Rita de Cássia Agostiniana e nas redes sociais, Facebook e Instagram -, a recitação do Terço no coro do mosteiro, lugar de oração das religiosas.

“Um gesto de fé, um dom de graça”

Por ocasião das celebrações ritianas, também há espaço para a solidariedade. A Fundação Santa Rita de Cássia lançou a campanha de sensibilização e angariação de fundos “Um gesto de fé, um dom de graça”, para apoiar o projeto “Dopodinoi”, um modelo inovador de coabitação com tecnologias assistivas para 12 jovens adultos com distúrbios do espectro autista, apoiado pela Fundação ANGSA Umbria ETS (Associação Nacional de Pais de Pessoas com Autismo). O objetivo é criar uma casa com espaços e mobiliário interno integrados à automação residencial, a primeira desse tipo na Úmbria e criada com a consultoria científica do Politécnico de Turim, para preparar os usuários para a emancipação gradual da família, fase que representa a maior preocupação de milhares de pais. Somente na Itália, o autismo afeta uma criança em cada 77 e aproximadamente 600 mil pessoas e famílias (dados da OssNA). Para apoiar o projeto, no sábado 17 e domingo 18 de maio, as Rosas de Santa Rita, flores símbolo da religiosa agostiniana, retornarão às praças de todas as regiões da Itália. Eles relembram o milagre de sua extraordinária floração, em pleno inverno, em sua terra natal, em Roccaporena, quando ela estava à beira da morte. Serão mais de 350 pontos de distribuição que poderão ser encontrados através de um link especial, rosedisantarita.org, administrado por muitos voluntários e onde será possível fazer doações e receber mudas em troca. Com uma contribuição através do portal do mosteiro, você pode receber o anel da Festa de Santa Rita, um sinal de fé, graça e proteção para levar sempre consigo.

Reconhecimento Internacional Santa Rita a quatro mulheres

Entre os eventos ritianos está também o Reconhecimento Internacional de Santa Rita, que desde 1988 premia mulheres que se destacaram por terem seguido as virtudes da santa agostiniana e por terem vivido como missão o compromisso de defender a dignidade, os direitos e os deveres do homem. Este ano são elas: Marina Mari, que cresceu no Alveare - lar para meninas - do Mosteiro de Santa Rita, que depois de um grave acidente de trânsito que lhe causou danos psicofísicos permanentes encontrou forças para se doar ainda mais aos outros; irmã Rita Giarretta que em Roma, na Casa Magnificat, acolhe mulheres vítimas de tráfico, oferecendo-lhes não só refúgio, mas uma possibilidade concreta de renascimento; Yuliia Kurochka, ucraniana, cristã ortodoxa, da Comunidade de Santo Egídio, refugiada na Capital desde março de 2022, por ter escolhido o caminho da paz e do serviço mesmo na tragédia da guerra, ajudando outros refugiados e se tornando uma artesã de reconciliação e esperança; Vittoria Scazzarriello, médica originária de Taranto, viveu a doença do marido com um espírito profundamente cristão, fazendo da sua existência um autêntico testemunho de amor, sacrifício e fé. As quatro “mulheres de Rita” serão apresentadas ao público no dia 20 de maio, às 10h, na Sala da Paz de Cássia, e no dia seguinte receberão o reconhecimento na Basílica de Santa Rita, no final da Missa da Família Agostiniana, que começará às 16h30 e será celebrada pelo prior geral da Ordem de Santo Agostinho, padre Alejandro Moral. Em seguida, haverá a celebração do Trânsito de Santa Rita e, às 21h30, a acolhida da Tocha da Paz e do Perdão, acesa no último dia 16 de março em Piacenza, cidade geminada com Cássia neste ano. Por fim, o acendimento do tripé votivo dará início oficialmente aos festejos.

Comemorações do 22 de maio

No dia da memória litúrgica de Santa Rita, 22 de maio, às 10h30, ao longo da avenida da basílica, desfilará a procissão histórica partindo de Roccaporena e às 11h o cardeal vigário para a Diocese de Roma, Baldo Reina, presidirá o solene pontifical que se concluirá com a tradicional súplica a Santa Rita e a bênção das rosas.

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