Os desafios são muitos. Enfrentamos uma atenção predominantemente econômica que coloca o lucro imediato acima da preservação ambiental e do bem-estar das populações locais.
Dom Neri José – Bispo de Juína
Na vastidão da Amazônia, onde o verde se entrelaça com a vida, enfrentamos desafios monumentais que transcendem fronteiras geográficas. Como Bispo da Diocese de Juína, testemunha diariamente as consequências devastadoras do desmatamento, um flagelo que não apenas compromete a biodiversidade única da região, mas também ameaça o equilíbrio climático global e a subsistência de comunidades inteiras.
Emancipar a Amazônia não pode significar apenas a exploração desenfreada de recursos naturais, ignorando a sustentabilidade e os impactos a longo prazo. É imperativo que reconheçamos a Amazônia não apenas como uma fonte econômica, mas como um santuário de vida e um guardião essencial do clima global.
Os desafios são muitos. Enfrentamos uma atenção predominantemente econômica que coloca o lucro imediato acima da preservação ambiental e do bem-estar das populações locais. A cultura do desmatamento, incentivada por interesses econômicos de curto prazo, tem levado à destruição de ecossistemas ricos como o Pantanal e o Cerrado, além da Amazônia propriamente dita.
Para enfrentar esses desafios, é fundamental promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo. Isso exige um modelo econômico que respeite os limites da natureza e valorize a biodiversidade cultural e ambiental da Amazônia. Precisamos de políticas que incentivem práticas de manejo responsável, que respeitem os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas e que garantam a participação efetiva das comunidades na gestão de seus recursos naturais.
Além disso, urge uma conscientização global sobre a importância da Amazônia para o futuro da humanidade. É um erro grave pensar a Amazônia apenas como um depósito de recursos a serem explorados sem considerar suas múltiplas contribuições para a estabilidade climática e para a vida no planeta.
Nós, como sociedade, precisamos repensar nossas prioridades e adotar uma abordagem mais holística e responsável em relação ao meio ambiente. O futuro da Amazônia depende de nossas ações hoje. Devemos agir com urgência, comprometendo-nos a preservar este tesouro natural para as gerações futuras.
Juntos, podemos proteger a Amazônia. Não é apenas uma questão de preservação ambiental, mas de justiça social, espiritual e econômica para todos os habitantes deste planeta que chamamos de lar.
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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