Diáconos, guardiões do serviço à Palavra, aos pobres e ao altar



“Sinais concretos de esperança no ministério diaconal” é o tema do ciclo de catequeses em várias igrejas de Roma. Trata-se do primeiro encontro deste Jubileu dos Diáconos que se realiza nestes dias 22 e 23 de fevereiro. O secretário do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, Dom Andrea Ripa sublinha que o diaconato “é um ministério que nasce para a evangelização” e é, portanto, “um sinal de esperança”

Isabella H. de Carvalho – Vatican News

Milhares de diáconos vieram a Roma para o Jubileu dedicado a eles, que se realiza neste sábado (22) e se conclui no domingo 23 de fevereiro de 2025. O primeiro evento é uma série de catequeses em vários idiomas, realizadas em diferentes paróquias de Roma, sobre o tema “Sinais concretos de esperança no ministério diaconal”. Dom Andrea Ripa, secretário do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica e bispo titular de Cerveteri, faz sua reflexão na Basílica de São João Batista dos Florentinos.

Um serviço à Palavra, à Igreja e aos pobres

 

Em uma entrevista à mídia do Vaticano, o Arcebispo Ripa explicou que os diáconos permanentes, desempenhando seu ministério a serviço da Palavra, do altar e dos pobres, e vivendo não apenas em ambientes eclesiásticos, podem levar a esperança do Evangelho de maneira especial àqueles que estão afastados da Igreja.

Como o senhor acha que os diáconos permanentes podem ser um sinal concreto de esperança no mundo de hoje?

O diaconato é um ministério muito antigo, já nos Atos dos Apóstolos está presente. É um ministério que, ao longo da história, teve momentos de grande popularidade, mas também momentos de longo eclipse. Foi reavivado com o Concílio Vaticano II, e hoje estamos vivendo e desenvolvendo-o. Penso que pode ser um sinal de esperança porque é um ministério nascido para a evangelização, portanto, para o anúncio e o testemunho. Não há nada mais belo do que o povo de Deus trazendo um anúncio de esperança, e para nós a esperança é Cristo. Penso que o ministério diaconal possa enriquecer o arsenal ministerial da Igreja. Não duplicando ou substituindo o ministério dos sacerdotes, mas acrescentando algo a ele, que é o de um novo ministério. Esse ministério corresponde a uma vocação, ou seja, a dos diáconos, feita para anunciar, feita para o primeiro anúncio. Creio que esse seja o belo sinal de esperança.

Como os diáconos permanentes podem ser um testemunho e, ao mesmo tempo, evangelizar os que estão afastados da Igreja?

Os diáconos, nesse sentido, têm uma grande responsabilidade. O diácono Filipe, dos Atos dos Apóstolos, nos lembra que os diáconos nasceram para anunciar o Evangelho àqueles que não o conhecem. Devemos ter em mente que os diáconos permanentes normalmente têm famílias, portanto, têm empregos e frequentam ambientes que não são apenas os eclesiais. É precisamente em seus ambientes de vida e de trabalho que eles podem fazer o que o diácono Filipe fez com o eunuco da Rainha Candace: anunciar o Evangelho ouvindo suas perguntas e, por meio de suas perguntas, chegar a Cristo. Portanto, há um testemunho que vem por meio do primeiro anúncio, que é um testemunho em sua própria vida familiar, porque são pais e maridos. As pessoas que os cercam não são necessariamente cristãs, portanto, é por meio de suas vidas, antes mesmo do que fazem, que podem dar um testemunho aos que estão afastados, podem dar um anúncio de fé. Temos esperança porque acreditamos em Cristo e, portanto, os diáconos se tornam portadores dessa nossa esperança, ou seja, do anúncio da pessoa viva e ressuscitada de Cristo.

Como a Igreja pode tornar mais conhecido no mundo o ministério dos diáconos permanentes?

De um certo ponto de vista, acredito que há uma responsabilidade que depende dos próprios diáconos. Afinal de contas, em várias partes do mundo, como na Itália, por exemplo, o diaconato é uma realidade presente há bastante tempo, portanto, o testemunho pessoal e familiar e o serviço eclesial individual do diácono podem certamente ser uma forma de tornar o diaconato conhecido. Do ponto de vista da Igreja, creio que seja sempre necessário ter clareza sobre a identidade do ministério diaconal, ter clareza até mesmo ao designar atribuições que não sejam genéricas, mas que mostrem que o diácono é um clérigo a serviço de uma Igreja local. Acredito que isso possa também servir na formação, ao confiar um ministério, para fazer com que entendam o quanto o ministério diaconal é útil e valioso. Em 2017, durante sua visita a Milão, o Papa Francisco disse que o diácono, em síntese, é o guardião do serviço na Igreja, um serviço que é serviço à Palavra, serviço ao altar e serviço aos pobres. O que a Igreja pode fazer é ajudar os diáconos a receberem uma formação que tenha o serviço no coração e confiar ministérios relacionados a alguma forma de serviço: Palavra, altar e pobres.  



Fonte (Vatican News)

Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.

A opinião do post não é necessariamente a opinião do nosso blog!

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