Em Sumy, no nordeste do país, dois mísseis russos caíram sobre os fiéis que estavam se reunindo para as celebrações. O núncio: não há mais nada a fazer a não ser recorrer ao Senhor que nos defenda, já que “parece que nenhuma outra força é capaz de proteger a paz e a vida”.
Francesca Sabatinelli – Vatican News
Eles estavam indo rezar, mas encontraram a morte. Foi um Domingo de Ramos sangrento em Sumy, na parte nordeste da Ucrânia, a 50 quilômetros da fronteira com a Rússia, que foi atingida neste domingo (13/04) por um ataque russo que supostamente matou mais de 30 pessoas, incluindo várias crianças, e ferindo mais de 80. Dois mísseis balísticos atingiram o coração da cidade por volta das 10 horas da manhã, quando os fiéis, nas ruas lotadas no dia da festa, se reuniam para a missa que dá início à Semana Santa. Cenas devastadoras foram mostradas na TV, com corpos nas ruas e bombeiros empenhados em apagar as chamas dos carros em meio aos escombros dos prédios destruídos.
Kulbokas: mortos a caminho do momento de oração
“Tudo o que resta é recorrer ao Senhor”, é a invocação do núncio apostólico no país, dom Visvaldas Kulbokas. “Como sabem, este ano celebramos a Páscoa juntos, de acordo com o calendário Gregoriano e de acordo com o calendário Juliano”, são as palavras dramáticas compartilhadas com o Vatican News, e “hoje tivemos o Domingo de Ramos, portanto, mesmo na cidade de Sumy, as pessoas, provavelmente de várias denominações, estavam indo nas suas próprias igrejas para rezar e, durante o ataque com mísseis, mais de 30 pessoas foram mortas, exatamente quando estavam indo rezar, porque o ataque afetou o centro da cidade. Este é o início da Semana Santa em várias regiões da Ucrânia, e tudo o que resta é recorrer ao Senhor para seja Ele a defender, pois parece que nenhuma outra força é capaz de proteger a paz e a vida. Que o Senhor tenha misericórdia de nós”.
A União Europeia: um outro crime de guerra
O ataque de deste domingo (13/04) em Sumy é o segundo em grande escala com um grande número de vítimas em apenas alguns dias; há pouco mais de uma semana, houve o ataque mortal com mísseis na cidade natal do presidente ucraniano, Kryvyi Rih, que matou cerca de 20 pessoas, incluindo nove crianças. “Um terrível ataque de mísseis balísticos russos em Sumy”, escreve Zelensky no Telegram, “os mísseis inimigos atingiram uma rua normal da cidade, a vida cotidiana: casas, instituições educacionais, carros na rua… E isso acontece em um dia em que as pessoas vão à igreja: o Domingo de Ramos, a festa da entrada do Senhor em Jerusalém.” “Cenas horríveis de Sumy”, escreve a porta-voz interina da Otan, Allison Hart, nas mídias sociais, “nossos pensamentos estão com o povo ucraniano neste dia sagrado para muitos”; enquanto a embaixadora da UE, Katarina Mathernova, chama o “horrível ataque russo” em Sumy de “mais um de uma série de crimes de guerra”.