A ressignificação (dar um novo significado para algo) é uma ferramenta poderosa para o crescimento pessoal e emocional e que com isso, possamos usar esta grande arma nos momentos difíceis de nossas vidas.
Padre Marcelo José – Arquidiocese de Niterói
Na história humana, o ser humano sempre buscou significados para a sua vida e que nem muita das vezes parecia ter esperança alguma, mas soube tirar de letra situações tão difíceis (catástrofes, doenças, pestes, fome).
São vários os autores que nos ensinam a arte de ressignificar a vida, ou seja, dar um novo sentido para algo, ou ainda, que perdeu até mesmo o sentido (Victor Frankl, 1985; Yunes; Costa, Yunes, Achkar & Pereira, 2024).
Envolve, portanto, atribuir um novo significado a determinadas experiências, emoções (veja o filme Divertida Mente 2, para dar uma base nesta ilustração), pensamentos ou situações mediante as adversidades (Costa et al., 2024). É, no entanto, reinterpretar os eventos passados ou presentes para promover uma mudança positiva na forma como vamos perceber ou lidar com eles (Viktor Frankl).
Um bom exemplo é repintar a própria história de vida: imagine repintar uma velha memória, onde você destaca as cores vivas do aprendizado e do crescimento, em vez das sombras das dores. Faça nesse momento esse exercício em casa: pare em um ambiente de silêncio, respire e expire calmamente. Coloque-se diante de sua dor ou limitação e ressignifique: busque algo positivo e maximize.
A ressignificação é usada na terapia, onde ajuda as pessoas a transformarem sua visão de mundo e a atribuírem novos ressignificados a acontecimentos. Ex.: algumas pessoas no Rio Grande do Sul que ficaram dentro das casas rezando, louvando a Deus pelo dom de suas vidas. A fé, também, é um dos elementos de resiliência na vida do homem (Costa et al., 2024). Mulheres que sofreram um estupro e que acolheram a criança como filho (a) ou deram para adoção: “Nasci de um estupro, mas isso não me define como pessoa” (testemunho da filha).
No livro a psicologia de Santa Teresinha do Menino Jesus nos aponta esta belíssima estratégia para o nosso desenvolvimento pessoal, pois ela apresenta:
– Um modelo de autoestima,
– Uma liberdade emocional e boas relações humanas efetivas,
– Uma alma do desenvolvimento humano
– Ter uma clareza de forjar a própria história.
A santa das Rosas em sua vida soube realizar vários ressignificados e nos ensina que devemos ter forças para enfrentarmos as dificuldades anfemeramente.
“O bom humor é a boa pitada da vida que nos ajuda nas ressignificações diárias. A pessoa sem bom humor é como um carro sem amortecedor”
(padre Marcelo José).
O Papa Francisco, recentemente, falou aos comediantes a respeito do bom humor (um bom instrumento de ressignificação) na vida de um cristão e, ainda, recomendou a “oração do bom humor” de são Tomás More, patrono dos políticos. Essa oração não pede apenas para saúde física, mas também pelo bom senso de humor necessário para enfrentar a vida com alegria. Ele afirmou também o sentido do bom humor como testemunho importante para o cristão no mundo (pior coisa que tem é encontrar um cristão chocho). “Quando você faz alguém sorrir, Deus também está presente” (Papa Francisco – Exortação Apostólica Gaudete et Exaultate).
Contudo, a ressignificação (dar um novo significado para algo) é uma ferramenta poderosa para o crescimento pessoal e emocional e que com isso, possamos usar esta grande arma nos momentos difíceis de nossas vidas.
Pe. Marcelo José – Mestre em Psicologia Social e do Desenvolvimento Humano
Centro de Referência e Atenção às Famílias, Profissionais e Agentes Sociais do Mestrado e Doutorado em Psicologia da Universo (RJ).