Inaugurada em Roma Casa “Beata Anuarite” para mulheres vítimas de violência

05/jun/2025


No bairro Trullo, o vigário Reina inaugurou um centro de acolhimento semiautônomo para mulheres vítimas de violência e protegidas internacionalmente, promovido pela Caritas diocesana de Roma em colaboração com as irmãs Franciscanas auxiliares leigas missionárias da Imaculada e a Associação de Leigos Missionários

Vatican News

Um oásis de esperança dedicado às mulheres vítimas de violência e protegidas internacionalmente, que lhes permite fortalecer sua autonomia habitacional, econômica e relacional, concluir trajetórias de formação ou trabalho, construir uma rede social e territorial, superar traumas relacionados à violência. Este é o propósito da Casa “Beata Anuarite”, promovida pela cáritas diocesana de Roma em colaboração com as Irmãs Franciscanas Auxiliares Leigas Missionárias da Imaculada e a Associação de Leigos Missionários.

Na terça-feira, 3 de junho, o cardeal Baldo Reina, vigário do Papa para a Diocese de Roma, durante a visita às mulheres residentes e às religiosas, dedicou a estrutura à Beata Clementina Anuarite, uma jovem religiosa da atual República Democrática do Congo, professora pertencente à comunidade Jamaa Takatifu da Congregação das Irmãs da Sagrada Família. Em 1964, juntamente com outras coirmãs, ela foi sequestrada por um grupo de soldados pertencentes às milícias rebeldes e assassinada por ter resistido a uma tentativa de estupro. Uma instituição foi dedicada a ela, assassinada por ser mulher e por defender sua identidade e sua fé em um clima político complexo e violento. A instituição acolhe mulheres refugiadas, vítimas de tráfico e exploração, forçadas a deixar seus países por estarem em perigo de vida devido a gênero, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião política. O cardeal esteve acompanhado por Giustino Trincia, diretor da Caritas diocesana de Roma, a irmã Michela Russo, presidente das Franciscanas Auxiliares Leigas Missionárias da Imaculada, e a Irmã Clementina Iezzi, ex-presidente da Associação de Leigos Missionários.

Um caminho de promoção social

O apartamento semiautônomo faz parte de um caminho de promoção social destinado a mulheres que, após uma fase de acolhimento protegido em comunidades ou centros de combate à violência, passam a viver de forma mais independente, mas com apoio ativo, para consolidar sua posição profissional, econômica e familiar, a fim de se tornarem plenamente autônomas e autossuficientes na satisfação de suas próprias necessidades e exigências. Em atividade desde 2020 no bairro Trullo, a casa conta com 6 acomodações e já acolheu 23 mulheres, 11 das quais em 2024, com uma estadia média de cerca de dez meses. As nigerianas foram as hóspedes mais numerosas (dez), seguidas de outras nacionalidades: República Democrática do Congo, Senegal, Costa do Marfim, Somália, Etiópia, Burkina Faso, Iraque, Tunísia e Síria.

"Nesta casa - disse o Cardeal Reina - vivenciamos o que o Papa Francisco chamou de fantasia do amor. Um sentimento que nasce da compaixão e depois se põe em movimento, como aconteceu com o Bom Samaritano, gerando toda uma série de ações e gestos que vão do olhar que olha, às feridas a serem curadas, ao corpo a ser colocado sobre os ombros. As duas agregações missionárias e a nossa Caritas diocesana abriram os seus corações, abriram os seus ouvidos e deram vida a esta realidade: um lugar onde há espaço para todos e há espaço para o compromisso de todos".

Acolhimento e apoio

A Casa “Beata Anuarite” faz parte de um sistema maior de semi-autonomia promovido pela Caritas diocesana de Roma na Capital, com a disponibilidade de treze apartamentos que, em 2024, acolheram 84 pessoas, 35 das quais menores, com 6 unidades familiares. Essas estruturas de acolhimento fazem parte de diferentes programas sociais promovidos pela organização diocesana: 9 apartamentos são destinados a moradias sociais destinadas a pessoas em situação de rua; dois – um masculino e uma feminina – para pessoas protegidas internacionalmente e vítimas de violência; uma casa é dedicada a menores estrangeiros desacompanhados e a recentes maiores de idade que concluem seu percurso nas Casas de Acolhimento; um apartamento é destinado a pessoas com Aids ao final de seu período de hospitalização nas Casas Familiares.

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