Ontem, 30 de julho, Dia Internacional de Luta Contra o Tráfico de Seres Humanos, o programa “Kreditá Na Bo”, (Acredita em ti) das Irmãs Adoradoras, em Cabo Verde, realizou uma passeata pelas ruas da cidade de Santa Maria, na ilha do Sal, para chamar atenção da população para esta questão. A iniciativa contou com a parceria do Ministério da Justiça, do Observatório Nacional contro o Tráfico Humano e da Câmara Municipal do Sal.
Dulce Araújo – Vatican News
O psicólogo e membro organizador da passeata, Ravelino Reis, sublinhou que a cada ano há milhões e milhões de vítimas de tráfico humano. Isto põe em causa os direitos dessas pessoas. Por isso, há que estar preocupados. E recordou o lema deste ano “não deixar nenhuma criança para trás na luta contra o tráfico humano”, porque – disse – normalmente crianças e mulheres são as maiores vítimas do tráfico humano.
Para este psicólogo, citado pela Inforpress (agência cabo-verdiana de notícias) é necessário que todos estejam atentos para que mulheres, crianças e homens não sejam vítimas desta problemática, que “muito sofrimento tem causado às famílias”.
Esta é a segunda edição da passeata contra o tráfico de pessoas, a primeira aconteceu no ano passado, e percorreu algumas artérias da cidade turística de Santa Maria, culminando na pedonal Ildo Lobo para momentos de consciencialização sobre a problemática e dinâmica teatral sobre o tema.
Citando os dados do Observatório Nacional Contra Tráfico de Pessoas, o responsável sublinhou que a ilha do Sal é uma das principais ilhas de Cabo Verde, onde se tem detetado casos de tráfico humano, sem se esquecer as ilhas de São Vicente e Santiago, com casos que já foram condenados e com vítimas que foram recuperadas e retornadas para os seus países de origem.
Para a educadora social Jéssica Soares, muitos casos de tráfico de pessoas acontecem com a promessas de trabalho e de melhoria das condições de vida, por isso lançou um apelo para que as pessoas procurem mais informações possíveis sobre as ofertas, principalmente fora do país de origem.
“Qualquer um tem o direito de procurar uma vida melhor, mas também antes de procurar uma vida melhor, procuremos tirar as dúvidas e informarmos melhor sobre as ofertas”, apelou.
Quanto às crianças, apelou aos pais e encarregados de educação a prestarem mais atenção no dia-a-dia dos mais pequenos.
O programa “Kredita na Bo” das irmãs Adoradoras é um programa de intervenção psicossocial que tem como público alvo jovens e mulheres em risco e situação de exploração sexual e vítimas de violência baseada no género.
(Com Inforpress)