“Fomos atingidos pela pior enchente dos últimos 30 anos”, informa, na sua página no Facebook, a Diocese de Maiduguri, capital do Estado de Borno, no nordeste da Nigéria, invadida pelas águas a 10 de setembro de 2024, na sequência do rompimento da barragem de Alau. O reservatório, que fica a cerca de 20 km a sul da cidade, ruiu devido às chuvas que caem incessantemente na região desde o final de agosto.
Dulce Araújo – Vatican News
“Não há comida, abrigo ou saneamento para os deslocados. O Governo reabriu os campos para deslocados, mas eles estão superlotados devido grande número de pessoas que procuram refúgio” – escreve a Diocese. “Os relatórios que chegam dizem que o cemitério islâmico está inundado. Alguém relatou ter visto vítimas flutuando nas águas que invadiam as ruas. O jardim zoológico também foi afetado e alguns animais perigosos deambulam pela cidade. Também há relatos de fugas da prisão.” Além disso, o sistema de esgoto falhou, aumentando o risco de surto de epidemias, sobretudo porque as águas invadiram também instalações hospitalares, como a Clínica Universitária.
Catedral de São Patrício
Entre as estruturas afetadas está também a Catedral de Maiduguri, dedicada a São Patrício, invadida pelas águas. As cheias atingiram também os principais mercados, incluindo armazéns de cereais, frutas e legumes, enquanto muitos centros comerciais permanecem fechados, resultando numa grave escassez de produtos alimentares; os poucos disponíveis, são vendidos a preços muito elevados. Isto agrava ainda mais as condições das classes sociais mais pobres, já em dificuldades devido ao forte aumento dos preços dos alimentos, provocado pela inflação. De acordo com o Programa Alimentar Mundial, mesmo antes das cheias, mais de 4 milhões de pessoas, no Estado de Borno, encontravam-se num estado de grave emergência alimentar.
Cerca de um milhão, as pessoas afectadas
Foi em Maiduguri e arredores que nasceu, em 2009, o movimento jihadista, Boko Haram, cujas ações ao longo dos anos levaram à fuga de centenas de milhares de habitantes para aldeias vizinhas. Entre os mais afetados pelas inundações estão as pessoas que ainda vivem nos campos de deslocados, criados em Maiduguri e que não puderam regressar às suas casas. E é a estas estruturas que se refere a nota da Diocese. Agora, esses campos são usados para acolher os cidadãos de Maiduguri que perderam as suas casas inundadas pelas águas.
De acordo com um primeiro balanço oficial, as vítimas das cheiras andam à volta de trina e cerca de 400 mil pessoas deslocadas, mas as pessoas atingidas mais ou menos severamente pela catástrofe rondam um milhão.
Apelo à oração e ajuda material
A mensagem da Diocese termina, lançando um apelo à oração e a doações pelas vítimas:
“Por favor, rezem por nós. A Diocese de Maiduguri entrará em contato consigo para pedir apoio na assistência às pessoas afetadas” – remata a mensagem, referida pela agência noticiosa FIDES.
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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