A Ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, em entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News, falou sobre sua missão oficial pela Europa, que incluiu um encontro com o Papa Francisco, discussões sobre o bicentenário das relações Brasil-Vaticano e o fortalecimento dos laços culturais entre Brasil e Itália. A ministra também ressaltou sua participação na Reunião de Ministros da Cultura do G7, além de refletir sobre o legado de Santa Dulce dos Pobres e a força da cultura brasileira.
Thulio Fonseca – Vatican News
Durante sua missão oficial pela Europa, a Ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, teve um encontro repleto de significados com o Papa Francisco na Praça São Pedro, no Vaticano. Ao final da Audiência Geral da última quarta-feira (18/09), ao saudar o Santo Padre, a ministra transmitiu uma mensagem especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo que o Papa rezasse pelo Brasil. Em resposta, Francisco garantiu suas orações pelo país, gesto que Margareth Menezes considerou um momento de grande significado espiritual. Ela destacou a importância de unir forças, tanto em ações concretas quanto espirituais, para enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas e seus impactos.
“Foi muito especial, o Papa tem um grande coração. Precisamos unir forças também no campo espiritual, pedindo a Deus que possa intervir em nosso favor.”
Presente simbólico para o Santo Padre
Além da troca de palavras, a ministra presenteou o Papa Francisco com uma obra de arte produzida por mulheres da Paraíba, feita com escamas de peixe. A peça, que combina sustentabilidade e arte, carrega o carinho do povo brasileiro e destaca o valor do artesanato nordestino. Margareth descreveu o presente como uma “joia sustentável” que expressa a riqueza cultural do Brasil e a habilidade dos artesãos locais. “É uma obra muito bonita, feita com todo o carinho da nossa gente”, afirmou durante a entrevista.
Relações culturais entre Brasil e Vaticano
Outro ponto alto da visita de Margareth Menezes ao Vaticano foi o encontro com o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação. Eles discutiram o bicentenário das relações diplomáticas entre Brasil e Vaticano, a ser comemorado em 2027, e planejaram ações culturais para marcar a ocasião. Menezes ressaltou a importância do patrimônio cultural católico no Brasil e a colaboração histórica entre as duas nações.
A ministra também mencionou o papel da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), a maior universidade católica do mundo, com seus 80 mil alunos, como um exemplo do potencial cultural e educativo brasileiro.
Reuniões com autoridades italianas e perspectivas futuras
Em Roma, Margareth Menezes se encontrou com o prefeito da cidade, Roberto Gualtieri, e com o ministro da Cultura da Itália, Alessandro Giuli. Os encontros tiveram como objetivo a retomada e o fortalecimento das relações culturais entre Brasil e Itália, que celebram 150 anos de reconhecimento diplomático. A ministra destacou a importância da comunidade de descendentes italianos no Brasil, que ultrapassa 30 milhões de pessoas, e sinalizou a intenção de ampliar as parcerias culturais entre os dois países.
“Estamos num momento de reconstrução das políticas culturais no Brasil, após anos de desmonte, e esses encontros foram positivos para potencializar nossas relações bilaterais.”
Participação no G7 e foco no desenvolvimento sustentável
Após sua passagem por Roma, Margareth Menezes se dirige a Nápoles, onde participa como convidada de honra na Reunião de Ministros de Cultura do G7. O evento aborda o tema “Cultura como instrumento para o desenvolvimento sustentável”, com ênfase no continente africano. Menezes ressaltou a importância da cultura como bem comum da humanidade e seu papel crucial no desenvolvimento sustentável. Sua presença no G7 reflete o compromisso do Brasil em contribuir para o debate global sobre cultura e sustentabilidade.
Santa Dulce dos Pobres: exemplo de generosidade
Margareth Menezes recordou, também durante a entrevista, a canonização de Santa Dulce dos Pobres, evento que marcou profundamente sua trajetória pessoal e que, em outubro deste ano, completa 5 anos. Ao falar de sua participação na cerimônia em 2019, quando cantou o hino da santa brasileira para uma multidão de fiéis na Praça São Pedro, destacou o legado de caridade e solidariedade da santa baiana que permanece dando frutos. A ministra enfatizou a relevância da obra assistencial fundada por Santa Dulce, que continua salvando vidas e oferecendo cuidados gratuitos a milhares de pessoas no Brasil:
“Santa Dulce deixou um exemplo de generosidade e abnegação que continua a inspirar o Brasil. Sua obra assistencial é um milagre contínuo.”
A força da cultura brasileira
Ao encerrar sua entrevista, Margareth Menezes refletiu sobre a riqueza e diversidade da cultura brasileira, que ela define como uma mistura de influências dos povos indígenas, africanos e europeus. A ministra reforçou o compromisso de seu governo em revitalizar e fomentar o setor cultural, especialmente após o período de desmonte das políticas públicas culturais.
“A cultura brasileira é um ativo poderoso, que gera muitas oportunidades e tem grande representatividade global. Estamos trabalhando para potencializá-la ainda mais”, concluiu a ministra.
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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