Nomeações do Papa para a Cúria e mulheres na Igreja, o comentário de dom Cristiano Souza OSB


“Santa Teresinha do Menino Jesus dizia que queria ser, na Igreja, o amor. E tinha razão, pois a mulher, com a sua capacidade única de compaixão, a sua intuição e a sua propensão natural para «cuidar», sabe ser de forma eminente, para a sociedade, «inteligência e coração que ama e une», colocando amor onde não há amor, humanidade onde o ser humano sente dificuldade em compreender-se a si mesmo”: Papa aos participantes do Convênio “Mulheres na Igreja: artífices do humano”, recebidos em 2024.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

“Estou muito contente com esta atitude do Papa Francisco”, afirmou dom Cristiano de Oliveira Souza OSB na entrevista ao Vatican News, ao comentar as recentes nomeações de mulheres para cargos de liderança na Cúria Romana.

De fato, na noite de domingo, 19, no programa “Che tempo che fa” do Canal Nove, o Papa antecipou que a Irmã Raffaella Petrini, a partir de março, será a presidente do Governatorato da Cidade do Estado do Vaticano. Atualmente ela ocupa o cargo de secretária. Antes ainda, em 6 de janeiro do corrente, o Pontífice havia nomeado como prefeita do Dicastério para a Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica a Irmã Simona Brambilla, ex-superiora geral das Missionárias da Consolata. Ela torna-se assim a segunda mulher a assumir um alto cargo na Cúria Romana, após a nomeação em 2021 da Irmã Alessandra Smerilli para o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

 

Esta decisão do Papa Francisco foi possível graças às atualizações trazidas pela Constituição Apostólica Praedicate evangelium, de março de 2022., sustentada pela doutrina canônica que  afirma que os cargos de chefia na Cúria não dependem da posição hierárquica, não estão vinculados à ordenação, mas são justificados apenas pelo mandato conferido pelo Papa. Ou seja, é o mandato que confere a autoridade governante e não a ordenação.

Para o prior do Mosteiro de Fonte Avellana, na região das Marcas, Itália, nos seus oito anos de Pontificado “o grande teólogo Joseph Ratzinger deixou uma estrutura teológica, justamente para poder fazer essas mudanças. Então não é uma revolução que parte de uma ‘febre’ que o Papa Francisco”, observou. E faz um convite: “revisitar a teologia, revisitar os fundamentos de nossa fé, antes de fazermos qualquer comentário negativo, seja homem, seja mulher, seja ministro ordenado, presbítero, diácono, bispo, ou seja um homem casado, ou solteiro. O Sacramento da Ordem vai muito mais além da questão da jurisdição, do governo”.    

“A mulher sabe administrar”, observou dom Cristiano – que também tem formação em Psicologia -, reforçando a afirmação do Papa na entrevista ao canal italiano, de que “as mulheres sabem administrar melhor do que nós, homens”.

E “Francisco – diz o prior de Fonte Avellana – é um jesuíta (…), jesuíta sabe muito bem o que faz, ainda mais um jesuíta do porte de Bergoglio. Ali não foi nada improvisado, foi muito bem pensado, desde a nomeação até a publicação. E as razões que ele coloca são razões que nós tocamos no dia-a-dia, são razões que estamos vivenciando, algumas situações que causam sofrimnento, pois ainda há este desequilíbrio nas questões de gênero”.

Ao final da entrevista ao Vatican News, o pedido: “Sejamos unidos ao Papa Francisco. A Igreja é Católica, não pode brincar com dados de fé. Nós não podemos construir ídolos: eu quero um Papa desse jeito, ou daquele jeito, ou daquela forma. Este Papa foi o Papa que Deus nos deu”.

Confira a entrevista na íntegra no programa “Porta Aberta” desta quarta-feira:

Porta Aberta com dom Cristiano de Oliveira Souza OSB

Dom Cristiano Souza OSB na entrevista ao vatican News

Dom Cristiano Souza OSB na entrevista ao vatican News



Fonte (Vatican News)

Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.

A opinião do post não é necessariamente a opinião do nosso blog!

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