O primado de Pedro e a sucessão apostólica na Igreja de Cristo

08/maio/2025


Com o objetivo de proclamar a Verdade Divina, fomentar um aprofundamento na intimidade espiritual e resguardar o Povo de Deus das decisões e condutas perniciosas dos líderes religiosos da época, Jesus Cristo inicia uma análise concisa em Cafarnaum, Jesus indagou aos seus discípulos: “Segundo a opinião popular, quem é o Filho do Homem?” (Mateus 16).

Diácono Adelino Barcellos Filho - 

Esta investigação metódica, baseada em questionamentos singelos, visa solidificar a instituição de Sua Única Igreja (“Minha Igreja”) e a primazia de Pedro (primeiro Papa) e seus sucessores como gestores temporários até o Seu retorno à Glória. E ainda, enquanto permanecermos aqui, temos a garantia de que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, assim como o poder das chaves do Reino dos Céus, para agir em conformidade com o Coração da Trindade, sob a inspiração do Espírito Santo.

Convém sublinhar que, ainda que proveniente de instituição divina, por designação direta da segunda pessoa da Santíssima Trindade, a compreensão inicial de Pedro revestia-se de caráter eminentemente político, relacionado a poder, prosperidade terrena e glória humana, buscando resolver a Redenção segundo seus próprios juízos e não ao Plano Redentor, por meio da Sagrada Paixão, Morte e Ressurreição. Jesus, contudo, não o abandonou, admoestando-o: 

"Afasta-te, Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, pois não pensas nas coisas de Deus, mas nas dos homens!" Na sequência, alertou a seus discípulos dizendo: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, irá recobrá-la.

Na sequência de seus ensinamentos, Jesus dirigiu-se com particular ênfase a seus discípulos mais próximos, proferindo palavras de profundo significado e que demandavam uma reflexão intensa sobre o verdadeiro discipulado. Com solenidade, alertou-os, dizendo: “Se alguém nutre o sincero desejo de vir após mim, de seguir os meus passos e compartilhar do meu caminho, que renuncie de forma completa e incondicional a si mesmo, despojando-se de seus próprios desejos egoístas, ambições mundanas e inclinações que o afastam dos propósitos divinos”, seguindo o seu próprio caminho.

E prosseguiu, que tome sobre seus ombros a sua cruz, símbolo máximo de sofrimento, sacrifício e entrega, aceitando com resignação e firmeza de caráter os desafios e as provações que inevitavelmente surgirão em sua jornada na Fé de Jesus Cristo, em si. E, finalmente, que me siga de perto, com fidelidade inabalável e obediência aos meus mandamentos, trilhando o caminho do Amor, da humildade e do serviço ao próximo (διακονία - ‘diakonía’).

Prosseguindo em sua explanação, o Mestre ofereceu uma paradoxal verdade, que desafiava a lógica humana e revelava a essência do Reino de Deus (que É Ele mesmo): “Porque aquele que se apegar de maneira egoísta à sua própria vida, buscando preservar a todo custo seus confortos e seguranças terrenas, inevitavelmente a perderá, pois negligenciará o propósito maior para o qual foi criado e se distanciará da Vida Eterna. Quem, movido por Amor a mim e ao Evangelho, ousar sacrificar a própria vida, renunciando a seus interesses em prol do Reino de Deus e do bem do próximo, paradoxalmente a encontrará em sua totalidade, alcançando a vida verdadeira, eterna e abundante em Deus”. 

A iniciativa de ter uma liderança visível é compreensível. Para ordem e integridade de todo grupo humano, uma Cabeça é essencial, sendo crucial para qualquer instituição. O Código de Direito Canônico da única Igreja de Jesus Cristo estabelece que: “O Bispo da Igreja de Roma, sucessor de Pedro, o primeiro dos Apóstolos, é a Cabeça do Colégio dos Bispos, Vigário de Cristo e Pastor da Igreja universal (presente no mundo inteiro) na terra. 

Em virtude de seu múnus, possui na terra poder ordinário supremo, pleno, imediato e universal, exercível sempre livremente” (CDC, Cân. 331). Como o seu fundador, o Cristo e Senhor, tem duas naturezas: humana e divina. A dificuldade manifesta-se neste ponto. Os apóstolos, sob a inspiração e guia do Espírito Santo, não necessitavam de advertências, disciplina rigorosa, julgamentos ou punições. 

Observa-se, portanto, a jurisdição de São Pedro nas Sagradas Escrituras, sobretudo na sua liderança. Considero que um estudo imparcial da posição de São Pedro na Bíblia inevitavelmente levará à conclusão de que ele foi estabelecido sobre toda a Igreja de Nosso Senhor, exercendo uma primazia de jurisdição autêntica. Alguns não se dão conta disto. Os 4 primeiros papas da Igreja Católica foram Pedro, Lino, Anacleto, Clemente I.

São João Crisóstomo viveu aproximadamente entre 347 e 407 d.C. Nascido em Antioquia e falecido em Comana, no Ponto, ele é reverenciado como um dos Padres da Igreja e um dos mais proeminentes patronos do cristianismo primitivo. Distingue-se por ser o mais prolífico escritor e o mais popular entre os Padres gregos. Em seus ensinamentos, enfatizava constantemente a primazia de São Pedro como o dirigente principal da Igreja, afirmando que "tendo a Fé de Pedro, temos o próprio Pedro".

Santo Agostinho, em consonância com os demais Padres da Igreja, sustentava o primado de São Pedro e, por conseguinte, o Papado. Em sua Epístola 53, seção 2, ele afirma: "Dessa maneira, se a linha sucessória dos apóstolos deve ser considerada, com que maior certeza e proveito para a Igreja devemos remontar até atingir o próprio Pedro, em quem, como figura representativa, reside toda a Igreja." O próximo de nossa era será o 267º.

Além disso, a tentativa de dissociar o indivíduo daquilo que ele professa revela-se deveras incongruente, isto é, afirmar que a Pedra seria unicamente a confissão de Pedro, e não o próprio Pedro. Se assim fosse, a Confissão de Pedro não seria de Pedro. Não foi concedido a ele sozinho o poder das chaves, mas sim a toda a Igreja. Naquela época, o Santo Bispo de Hipona combateu os hereges Montanistas e os Novacianos que negavam o poder da Igreja de perdoar os pecados, e estes últimos sustentavam que tal poder era pessoal e teria desaparecido com a morte de São Pedro.

O primado do Apóstolo Pedro é, sem dúvida alguma, demonstrado nos escritos do Novo Testamento, onde é mencionado 171 vezes, em contraste com João, o segundo mais citado, cujo nome aparece 46 vezes. Ao convocar Pedro, Jesus altera seu nome, indicando que ele seria a ROCHA sobre a qual edificaria Sua Igreja (João 1,41s; Mateus 16,13-19).

Após o falecimento dos Apóstolos, a Sé Romana, local onde Pedro padeceu o martírio, passou a ser considerada como ponto de referência, questão óbvia, para a resolução de questões doutrinárias e disciplinares na Única Igreja de Cristo. Desta forma, o Bispo de Roma (o Papa), enquanto sucessor do Apóstolo Pedro, é o detentor do lugar primacial que o próprio Cristo quis e lhe designou, independente de sua negação ou traição.

Deus, Uno e Trino, por favor ilumine os eleitores na escolha do novo Papa. Fortalece a vontade deles na Vossa Vontade, no Vosso Santo Espírito. Que a Luz da Sabedoria, um dos Sete Dons, guie os senhores Cardeais para uma eleição sagrada, humana e divina, que traga muita Inspiração Divina para a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Assim seja.

Artigos Recentes

Rolar para cima