Papa Leão XVI: “o tempo presente é de diálogo e de construção de pontes”

19/maio/2025


Papa Leão XIV, encontrou-se na manhã desta segunda-feira (19/05), no Vaticano, com os representantes de outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como de outras religiões.

Silvonei José – Vatican News

“O tempo presente é de diálogo e de construção de pontes”: foi o que disse o Papa Leão XIV, recebendo na manhã desta segunda-feira, no Vaticano, os representantes de outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como de outras religiões, que participaram neste domingo da celebração inaugural do seu ministério como Bispo de Roma e Sucessor de Pedro.

Uma saudação especial à Sua Santidade Bartolomeu, à Sua Beatitude Teófilo III e à Sua Santidade Mar Awa III: “a vossa presença e orações são para mim de grande conforto e encorajamento”, disse.

Em seguida recordou que um dos pontos fortes do pontificado do Papa Francisco foi o da fraternidade universal. O Papa da Irmandade – afirmou - promoveu o caminho ecumênico e o diálogo inter-religioso, e fê-lo sobretudo cultivando as relações interpessoais, de tal modo que o traço humano do encontro foi sempre valorizado, sem diminuir em nada os vínculos eclesiais. Que Deus nos ajude a valorizar o seu testemunho!

O Papa Leão XVI destacou então que sua eleição ocorreu no 1700º aniversário do Primeiro Concílio Ecumênico de Niceia. Este Concílio representa um marco na elaboração do Credo partilhado por todas as Igrejas e Comunidades eclesiais. “Enquanto estamos a caminho de restabelecer a plena comunhão entre todos os cristãos, reconhecemos que esta unidade só pode ser a unidade na fé”.

Como Bispo de Roma, - afirmou - considero ser um dos meus deveres prioritários procurar o restabelecimento da comunhão plena e visível entre todos aqueles que professam a mesma fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. “A nossa comunhão realiza-se efetivamente na medida em que convergimos no Senhor Jesus Cristo. Quanto mais formos fiéis e obedientes a Ele, mais unidos estaremos entre nós”.

Consciente, além disso, de que sinodalidade e ecumenismo estão intimamente ligados, Leão XVI assegurou a sua intenção de continuar o compromisso do Papa Francisco de promover o carácter sinodal da Igreja Católica e de desenvolver novas e concretas formas para uma sinodalidade cada vez mais intensa no campo ecumênico.

O nosso caminho comum – sublinhou - pode e deve ser entendido também em sentido amplo, envolvendo todos, no espírito de fraternidade humana. “O tempo presente é de diálogo e de construção de pontes”.

Falando em seguida dos notáveis esforços feitos pelo Papa Francisco a favor do diálogo inter-religioso, recordou que com as suas palavras e ações, ele abriu novas perspectivas de encontro, para promover «a cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum como conduta; o conhecimento mútuo como método e critério» (Documento sobre a fraternidade humana para a paz mundial e a convivência comum, Abu Dhabi, 4 de fevereiro de 2019).

Depois Leão XVI agradeceu ao Dicastério para o Diálogo Inter-religioso o papel essencial que desempenha neste trabalho paciente de encorajar encontros e intercâmbios concretos, destinados a construir relações baseadas na fraternidade humana.

Também uma saudação especial aos nossos irmãos e irmãs judeus e muçulmanos, acrescentando que “devido às raízes judaicas do cristianismo, todos os cristãos têm uma relação especial com o judaísmo”. “O diálogo teológico entre cristãos e judeus, - acrescentou -, que é sempre importante, eu tomo-o muito a peito. “Mesmo nestes tempos difíceis, marcados por conflitos e incompreensões, é necessário prosseguir com coragem este nosso precioso diálogo”.

Falando das relações entre a Igreja Católica e os muçulmanos, disse que as mesmas têm sido marcadas por um crescente empenho no diálogo e na fraternidade, fomentado pela estima por estes irmãos e irmãs, pois «adoram eles o Deus Único, vivo e subsistente, misericordioso e omnipotente, criador do céu e da terra, que falou aos homens» (ibid., 3). “Esta abordagem, baseada no respeito mútuo e na liberdade de consciência, é uma base sólida para construir pontes entre as nossas comunidades”.

Enfim uma saudação a todos os representantes de outras tradições religiosas e recordando a sua contribuição à paz.

“Num mundo ferido pela violência e pelo conflito – sublinhou o Papa -, cada uma das comunidades aqui representadas traz o seu próprio contributo de sabedoria, compaixão e empenho para o bem da humanidade e para a preservação da casa comum”.

“Estou convencido de que, se estivermos de acordo e livres de condicionamentos ideológicos e políticos, poderemos ser eficazes em dizer “não” à guerra e “sim” à paz, “não” à corrida ao armamento e “sim” ao desarmamento, “não” a uma economia que empobrece os povos e a Terra e “sim” ao desenvolvimento integral”.

Papa Leão XVI concluiu com um muito obrigado pela proximidade. “Invoquemos nos nossos corações a bênção de Deus: que a sua infinita bondade e sabedoria nos ajudem a viver como seus filhos e, entre nós, como irmãos e irmãs, para que a esperança cresça no mundo”.

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