“Recomendação” de Francisco à sua prima religiosa missionária, Ir. Ana Rosa Sivori

A Irmã Ana Rosa Sivori trabalha, atualmente, na comunidade das FMA, em Bam Pong. Devido à sua idade e estado de saúde, ela não leciona mais, mas ajuda onde há necessidade, sobretudo, colaborando com as “crônicas”, que a Casa coleta, todos os anos, de janeiro a dezembro.

Por Antonella Prenna – Agência Fides

“Por favor, lembre-se que esta oferta, doada por um benfeitor, é destinada aos mais necessitados”. Esta foi a recomendação que o Papa Francisco fez à Irmã Ana Rosa Sivori, sua prima de segundo grau, em um de seus últimos encontros. A Irmã Ana Rosa, da Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), missionária na Tailândia, há 60 anos, compartilhou seu testemunho e história com a Agência Fides. “Na ocasião – disse ela – o Papa Francisco recomendou que a quantia de dinheiro, que lhe fora doada por um benfeitor, era destinada à comunidade das Filhas de Maria Auxiliadora para a construção de casas para as famílias mais necessitadas de Bam Pong”.

A prima do Papa Francisco, 83 anos, natural de Buenos Aires, começou seu percurso em Turim, onde prosseguiu seus estudos. A seguir, foi enviada para a Índia, onde permaneceu por três anos e, enfim, para a Tailândia.

“Cheguei a Roma, – continuou a religiosa, – na noite de 23 de abril e dois dias depois, fui à Basílica de São Pedro, onde me detive diante do caixão de Francisco, das 9h00 às 18h00. Rezei e conversei com ele, ciente de que ele estava me ouvindo. Fiquei muito impressionada pelo enorme fluxo de pessoas, provenientes de todas as partes do mundo, que passavam diante de seu caixão para dar seu último adeus”.

“Na manhã do último dia 30 de abril, – disse ainda a Irmã Ana Rosa – pude ir visitar seu túmulo na Basílica de Santa Maria Maior. Diante daquele mármore branco fiquei muito comovida, sabendo que ele estava ali, onde sempre quis estar. Somos uma família unida, mas, embora não tenhamos tido oportunidade de conversar muito, sempre recebíamos suas notícias e sabíamos tudo sobre ele. Meu pai era muito apegado a “Jorge”, tanto que sempre conversavam ao telefone”. Aqui, a religiosa recordou: “Fomos batizados na mesma basílica de Buenos Aires, onde as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) trabalham. Jorge presidiu aos funerais de meus pais e do vovô e o casamento da minha irmã. Aos domingos, ao meio-dia, ele sempre ligava para sua irmã enferma, com quem conversava sobre assuntos de família. Enfim, comemorei meus 80 anos com ele, em Roma, ao regressar da Argentina e antes de voltar para a Tailândia.

A Irmã Ana Rosa Sivori disse ainda: “Conversava muito com Jorge sobre a missão: queria saber sobre a relação dos sacerdotes com os budistas, que na Tailândia são a maioria. Sempre compartilhamos o modo de olhar o próximo para ver o que ele precisava”. E confessou: “Hoje, minha esperança é que os Cardeais, que se reunirão em Conclave, possam seguir as diretrizes de Francisco por uma Igreja do povo”.

As Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) estão presentes na Tailândia com 8 comunidades e trabalham na área da educação escolar. Elas atuam, de modo particular, na cidade de Chom Tong, no Noroeste do país; no Nordeste, nas cidades de Phon Sung e Udon Thani; no Sul, na cidade de Bam Pong, em San Phran, e, finalmente, em Bangkok.

A Irmã Ana Rosa Sivori trabalha, atualmente, na comunidade das FMA, em Bam Pong. Devido à sua idade e estado de saúde, ela não leciona mais, mas ajuda onde há necessidade, sobretudo, colaborando com as “crônicas”, que a Casa coleta, todos os anos, de janeiro a dezembro.

As Filhas de Maria Auxiliadora são 80 em toda a Tailândia; somente em Bam Pong, são 17, como a Irmã Ana Rosa explica: “Nossa comunidade religiosa foi a primeira a chegar ao país, em 1933. Nossas Irmãs pioneiras assistiram e formaram as religiosas autóctones a acolheram as primeiras Irmãs expulsas da China. Em Bam Pong há poucos cristãos, mas mantemos ótimas relações com os budistas, que também frequentam nossas escolas. Para nós, a educação é fundamental: oferecemos oportunidades ao maior número possível de pessoas, através de mensalidades mais baixas, em relação às outras escolas do país. Nosso colégio está lotado: somente em Bam Pong, temos 3.200 alunos de maioria cristã, aos quais apresentamos sempre o carisma da nossa Fundadora, Madre Maria Mazzarello. Os cursos das nossas escolas Salesianas vão da educação infantil ao ensino fundamental, mas temos também um educandário. A maioria dos alunos são de sexo feminino, exceto as creches, que são mistos, e os que vão até à terceira série”.

“A presença católica em Bam Pong”, – conclui a Irmã Ana Rosa, – é vigorosa: na cidade há um convento Capuchinho, um hospital missionário Camiliano, uma escola missionária Salesiana e um cemitério, ao lado da nossa comunidade; a paróquia de São José, muito extensa, é confiada aos Salesianos”.

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