Texto completo da catequese do papa Leão XIV sobre a parábola do semeador
Este artigo é o do site Aci Digital Para ler o artigo original clique aqui! Por Papa Leão XIV 21 de mai de 2025 às
O teólogo Jorge Cunha assinala a possibilidade de que no pontificado de Leão XIV seja produzido um texto orientador sobre a inteligência artificial no mundo do trabalho.
Rui Saraiva - Portugal
Analisando o novo Papa Leão XIV, o padre Jorge Cunha assinala a importância de um pronunciamento da Igreja com “um texto orientador acerca do trabalho humano, do trabalho confrontado com a inteligência artificial”.
Na segunda parte da entrevista conjunta à Rádio Renascença e Agência Ecclesia, o professor catedrático da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa afirma a “necessidade de uma nova Rerum Novarum”.
O sacerdote da diocese do Porto espera que Leão XIV seja sucessor de Leão XIII, “que é o homem da Igreja que se volta finalmente para observar aquilo que se passa à sua volta”.
Uma entrevista conduzida por Henrique Cunha da Rádio Renascença e Octávio Carmo da Agência Ecclesia.
O Papa americano terá mais força perante uma administração Trump?
O Papa americano vai ter força para isso, vai ter força para comunicar aos seus concidadãos e ao presidente da América. E, na minha opinião, o presidente da América tem um estilo. É um estilo, mas ele no fundo está em sintonia com a América profunda e a imagem que nós temos na Europa do presidente é um pouco distorcida, é a ideia que me dá. Ele não põe em causa as instituições, ele não põe em causa o funcionamento da democracia, a substituição do poder, o respeito pelos direitos dos cidadãos, nunca pôs isso em causa. Ele põe em causa algumas questões económicas, algumas distorções que nós temos, que são distorções, por exemplo, a respeito das diversidades, a respeito das questões fraturantes que nós temos hoje, que são pensadas com menos interioridade, com menos ética. Eu calculo que ele pode ter esse efeito benéfico e pode levar a América a desempenhar o seu papel de líder do mundo, de administração ao serviço da paz, de inovação da economia, de inovação da tecnologia, de construção de uma tecnologia que respeite e aproxime os seres humanos e não propriamente aquilo que tem sido até agora, portanto, de uma artificialização que põe em causa a nossa interioridade. O Papa é agostinho, Santo Agostinho é o inventor da interioridade, eu creio que ele vai dar esse contributo ao nosso mundo da tecnologia.
Leão XIII é ainda hoje uma referência do pensamento social católico com a sua ‘Rerum Novarum’. Num tempo de tantas novidades na esfera do trabalho e com o advento da inteligência artificial, é mesmo preciso um Leão XIV?
É muito preciso um Leão XIV, que é sucessor de vários, não só do Leão XIII, para mim. Eu espero que ele seja sucessor do Leão Magno, aquele que enfrentou Átila, que seja até sucessor do Leão X, que foi o Papa do Renascimento e que seja também o sucessor do Leão XIII, que é o homem da Igreja que se volta finalmente para observar aquilo que se passa à sua volta.
Nós hoje temos necessidade de uma nova ‘Rerum Novarum’ e de uma nova encíclica sobre o trabalho humano. As inovações que estão a acontecer no trabalho humano são, por um lado, uma fonte de grande esperança para o nosso mundo. O robô vai-nos livrar de muita escravatura do trabalho produtivo, mas o robô pode-nos também parasitar a alma. O robô, quando aplicado à comunicação, quando aplicado à tomada de decisões, vai exigir de nós uma grande capacitação para sermos os inventores do robô, os planeadores do robô, os controladores do robô e, portanto, vamos precisar de uma grande educação moral, de uma grande educação espiritual para não nos perdermos nisso.
Eu espero muito que o Papa, que escolheu o nome de Leão, siga por diante e nos faça, por exemplo, um texto orientador acerca do trabalho humano, do trabalho confrontado com a inteligência artificial, da preservação da liberdade no tempo da comunicação avançada que nos substitui e nos facilita a vida, mas, por outro lado, que pode tomar conta de nós se nós não estivermos advertidos.
Portanto, nós precisamos de uma grande educação moral, precisamos de um crescimento em espiritualidade, precisamos de pensar de novo a questão da justiça, porque o robô vai substituir-nos na produção, nós vamos ter no futuro o problema da distribuição de riqueza no contexto novo. Temos um grande mundo à nossa frente e o Papa Leão vai ser capaz disso, não tenho dúvida disso, e que vai ter a força de um leão.
Ah, eu também gostava que ele fosse substituto de outro leão, que é o leão das ‘Crónicas de Nárnia’, que é um livrinho que diz respeito a toda a gente, que muita gente conhece, que é um livro de ficção, mas é uma ficção sobre a guerra e sobre as consequências da guerra, e que nos faz pensar que ao inverno da guerra que nós estamos a viver há de suceder a primavera. Há uma personagem leonina que é assimilada ao Cristo, que é o Cristo pacificador do mundo, o Cristo que nos anuncia continuamente a primavera. Espero que seja também sucessor do leão das ‘Crónicas de Nárnia’.
O novo Papa é um religioso que tem como referência espiritual Santo Agostinho, bispo do século IV e V, que inspirou muito o pensamento teológico da Igreja ao longo do século. Nesse sentido podemos esperar um perfil um bocadinho mais clássico, digamos assim, de Leão XIV nas suas intervenções?
Sim, eu espero que ele possa pôr no terreno essas velhas intuições do Santo Agostinho. O Santo Agostinho, como já dissemos, é o inventor da interioridade e da teologia a partir da nossa subjetividade, da assimilação interior do mistério de Cristo. Nesse sentido o Santo Agostinho escreveu as obras mais importantes do cristianismo, as “Confissões”, a “Cidade de Deus”, que são livros orientadores para todos os tempos.
Ele referiu-se logo ao Santo Agostinho, dizendo “eu venho de Santo Agostinho”. E se ele puder dar esse contributo ao nosso mundo será um contributo muitíssimo importante para que a Igreja se situe no seu lugar no coração, que já é uma dimensão que vem de trás. Nós somos do coração, nós não somos da força, nem da política da força, ele disse isso, nós somos do coração, somos da força da razão, somos da expansão das energias infinitas da nossa alma habitada por Cristo. E, portanto, eu espero muito dele nesse capítulo que possa inaugurar uma era com o melhor que tem o pensamento agostiniano. Uma era agostiniana no seu melhor.
O padre Jorge Cunha é professor catedrático da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e sacerdote da diocese do Porto.
Neste início de pontificado destaquemos as palavras do Papa Leão na sua homilia de domingo passado na Praça de S. Pedro. Ditas com temor e tremor, apresentando-se como irmão para percorrer o caminho do amor de Deus.
“Fui escolhido sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vós como um irmão que deseja fazer-se servo da vossa fé e da vossa alegria, percorrendo convosco o caminho do amor de Deus, que nos quer a todos unidos numa única família. Amor e unidade: estas são as duas dimensões da missão confiada a Pedro por Jesus”, disse Leão XIV.
“Irmãos, irmãs, esta é a hora do amor!”, declarou o Papa.
Laudetur Iesus Christus
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