Tráfico, vozes e histórias de esperança e cura



Em vista do Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Seres Humanos, celebrado neste sábado, 8 de fevereiro, realizou-se em Roma um acontecimento comovente, durante o qual as vítimas falaram de suas dores, sonhos e esperanças. A Irmã Abby Avelino, coordenadora internacional de Talitha Kum, afirmou: “Sem o trabalho em entre as várias ONGs, associações e congregações, não poderíamos fazer o nosso trabalho. Todos juntos, devemos ajudar os sobreviventes”.

Federico Piana – Vatican News

“Vozes, histórias, testemunhos de vítimas, que tentam erradicar o tráfico de seres humanos da face da Terra. Essas pessoas tomaram a palavra, na tarde desta sexta-feira, durante o evento intitulado “Apelo à esperança e à cura”, uma iniciativa das organizações, que promovem o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra um fenômeno, que envolve milhões de pessoas, sobretudo, mulheres e crianças, celebrado neste sábado, 8 de fevereiro.

É preciso colaborar

A Irmã Abby Avelino, coordenadora internacional de Talitha Kum – rede internacional de Vida Consagrada contra o Tráfico de Seres Humanos – inaugurou o encontro, na sala magna João Paulo II, da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma. Em seu discurso, a religiosa reiterou a necessidade de uma verdadeira colaboração para combater os que especulam sobre a vida dos outros, causando sofrimentos e morte: “Sem o trabalho em rede entre as várias ONGs, associações e congregações, não poderíamos fazer o nosso trabalho. Todos juntos, devemos ajudar os sobreviventes, cientes de que uma vítima em cada três é menor de idade, enquanto o número de mulheres envolvidas também continua muito alto”.

Combater as redes invisíveis

“O tráfico de pessoas desfigura a dignidade humana e causa sofrimento e opressão”: foi o que denunciou o Cardeal Michael Czerny, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, ao saudar os participantes no encontro, acrescentando ainda: “Os que cometem tais crimes hediondos fazem parte de redes ‘invisíveis’. Para combatê-las, devemos ser capazes de reconhecer estas formas de escravidão e reabilitar as vítimas. Abençoo, de todo o coração, os que seguem este caminho, que leva ao bem”.

História do renascimento

O encontro foi abrilhantado por uma representação dos alunos do Centro socioeducativo, Bakhita de Foggia, que levaram ao palco um trecho da vida de Santa Josefina Bakhita, a sudanesa, de nacionalidade italiana, sequestrada, enquanto jovem, por traficantes de escravos árabes e torturada. Os cantos comoventes foram executados pelo conjunto “Gen Verde” e o Coro dos “Anjos de Roma” e as danças pela direção de Daniela Kraus. O encontro chegou ao seu ápice expressivo com os depoimentos de algumas vítimas, que sobreviveram às violências do tráfico.

Paulina: “Agora estou realmente livre”

“Quatorze anos atrás, abusaram sexualmente de mim e meu pai me batia”, disse Paulina, uma jovem do Quênia: “Renasci, há cinco anos, graças à ajuda das Irmãs de Talitha Kum. Agora, com elas, dedico-me à assistência de outras mulheres, que precisam ser liberadas. Para mim, fazer parte desta rede de solidariedade, significa ser realmente livre!” Outra jovem, de origem colombiana, comoveu o público presente ao admitir: “Sou uma sobrevivente maltratada, mas não derrotada. Depois de ter sido abusada, fui obrigada a vender meu corpo nas ruas de Nova Yorque. Mas, agora, voltei à minha vida de liberdade, apesar dos sofrimentos”. Desde então, a jovem decidiu descer em campo, não apenas contra o tráfico de pessoas, mas também para ajudar todas as vítimas a se livrar de todo tipo de abuso e violência.

Whoopi Goldberg: “As freiras estão na linha de frente: uma força extraordinária”

Durante o evento, foi apresentada outra mensagem emocionante em vídeo: Whoopi Goldberg, uma atriz que recebeu numerosas condecorações, tornando-se embaixadora da esperança de Talitha Kum, recordou: “O tráfico de seres humanos envolve mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 12 milhões são crianças. Tudo isso é uma ofensa à dignidade humana. As Irmãs combatem este fenômeno e representam uma força extraordinária”.



Fonte (Vatican News)

Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.

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