Leão XIV: o diálogo entre cristãos e outras religiões e culturas torna a paz possível

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09/dez/2025

Papa Leão XIV: A paz é fruto do diálogo e da fraternidade

Cidade do Vaticano. Neste domingo, 7 de dezembro de 2025, durante a tradicional oração do Angelus na Praça de São Pedro, o Papa Leão XIV partilhou com milhares de fiéis suas profundas reflexões sobre a recente Viagem Apostólica à Turquia e ao Líbano. O Santo Padre sublinhou com vigor a importância do diálogo ecumênico e inter-religioso como o único caminho viável para a paz e, com o coração de pastor, fez um apelo de solidariedade pelas vítimas das devastadoras enchentes no Sul e Sudeste Asiático.

Um Advento de Conversão e Encontro

As palavras do Pontífice ressoaram com particular significado neste Segundo Domingo do Advento, tempo litúrgico em que a Igreja é convidada a ouvir a voz de João Batista que clama no deserto: "Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas". O Papa Leão XIV conectou este apelo à conversão pessoal com a necessidade de uma conversão comunitária e global. "Preparar o caminho para o Senhor que vem", explicou, "significa também aplainar os vales da indiferença e do ódio, endireitar as sendas tortuosas da desconfiança e do conflito. Cada gesto de diálogo, cada oração pela unidade, cada ato de serviço ao próximo é uma forma de preparar a vinda do Príncipe da Paz".

Memórias Vivas da Turquia e do Líbano

Visivelmente emocionado, o Santo Padre recordou os momentos mais marcantes de sua peregrinação, descrevendo-a como "um mergulho nas raízes da nossa fé e um abraço aos nossos irmãos que testemunham Cristo em terras de grande complexidade e beleza".

Turquia: O Ecumenismo do Sangue e do Diálogo

Ao falar da Turquia, Leão XIV destacou o encontro fraterno com Sua Santidade Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla. "Naquela terra abençoada, que guarda a memória dos Apóstolos Paulo e João e de tantos Concílios Ecumênicos, senti a urgência do mandato de Cristo: 'que todos sejam um'", afirmou o Papa. Ele reiterou que o caminho para a unidade plena, embora longo, é irreversível e alimentado pelo que chamou de "ecumenismo do sangue": o testemunho de mártires de diferentes confissões cristãs que deram a vida por Cristo. O diálogo com o Islã também foi um ponto central, com o Papa descrevendo seus encontros com líderes muçulmanos como "momentos de profundo respeito e de busca sincera por aquilo que nos une como filhos do único Deus".

Líbano: Laboratório de Convivência

Voltando-se para o Líbano, o Papa o descreveu como "muito mais que um país, uma mensagem de esperança para todo o Oriente Médio". Ele recordou os encontros com a juventude libanesa, de diferentes credos, e os encorajou a não perder a esperança diante das graves crises sociais e econômicas. "Aos patriarcas das Igrejas Católicas Orientais e a todos os fiéis, renovei o apoio e a proximidade de toda a Igreja. Pedi-lhes que, com a sua rica tradição e a sua resiliência, continuem a ser artífices da convivência, construindo pontes onde outros erguem muros. O Líbano deve continuar a ser um laboratório de fraternidade", disse o Pontífice.

Um Coração Aberto à Tragédia na Ásia

Com a voz embargada, o olhar pastoral do Papa Leão XIV se estendeu para além do Oriente Médio. Ele manifestou sua profunda dor e solidariedade para com as populações do Sul e Sudeste Asiático, que enfrentam as consequências de enchentes catastróficas. "O meu pensamento e as minhas orações se dirigem a centenas de milhares de pessoas deslocadas, que perderam tudo: suas casas, seus campos, seus entes queridos. A mudança climática nos mostra sua face mais dura através dos mais pobres", lamentou. O Papa fez um apelo veemente à comunidade internacional e às agências humanitárias: "Não podemos permanecer indiferentes. Peço uma mobilização rápida e concreta para levar ajuda essencial a estes nossos irmãos e irmãs que sofrem. Que a nossa caridade, neste tempo de Advento, se torne pão, abrigo e consolo para eles".

A mensagem do Papa Leão XIV neste Angelus traça um roteiro claro para o tempo do Advento: um convite a alargar o coração para acolher a Cristo, o que se traduz em um compromisso renovado com a unidade dos cristãos, o diálogo com todos e um serviço concreto aos mais vulneráveis do nosso tempo.

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Fonte: Vatican News

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