Cardeal Tempesta: O Mistério do Verbo, a Luz que não se apaga

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26/dez/2025

A Luz de Natal não se apaga: a esperança do Cardeal

Nesta Solenidade do Natal do Senhor, 25 de dezembro de 2025, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, ofereceu uma profunda reflexão sobre o mistério da Encarnação. Em seu artigo, divulgado pelo portal Vatican News, o Cardeal destaca a mensagem central da data: o Verbo se fez carne, trazendo uma luz de esperança que jamais se apaga, mesmo diante das sombras que pairam sobre a sociedade contemporânea.

O Significado Teológico do Natal

A celebração do Natal não é apenas a memória de um evento histórico, mas a atualização de um mistério central da fé cristã: a Encarnação do Verbo. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, "o Verbo se fez carne para nos salvar, reconciliando-nos com Deus" (CIC 457). Em Jesus, Deus assume a nossa humanidade para que nós pudéssemos participar da sua divindade. Esta "admirável troca", como a liturgia a chama, é a fonte de toda a esperança cristã e o fundamento da dignidade de cada pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus e redimida em Cristo. É o cumprimento das profecias e o início da plenitude dos tempos.

Uma Esperança para a Humanidade

Partindo da afirmação "Deus se fez homem, o humano tem jeito!", o Cardeal Tempesta sublinha que o nascimento de Cristo em Belém é a resposta definitiva de Deus ao drama da condição humana. "A Luz venceu as trevas daquela noite em Belém", escreve o Arcebispo, traçando um paralelo direto entre a escuridão física da gruta e as "sombras que pairam sobre nossa sociedade". Para Dom Orani, a fragilidade de um bebê na manjedoura revela a onipotência do amor divino, que escolhe a pequenez para nos resgatar e mostrar que a nossa existência, com todas as suas fragilidades, tem valor e salvação. A manjedoura torna-se, assim, o trono de um Rei que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida.

A Luz de Cristo nas Trevas do Mundo

O purpurado carioca convida os fiéis a não se deixarem abater pelo pessimismo. As "trevas" do mundo contemporâneo – como as guerras, a polarização social, a crise dos refugiados e a indiferença – podem ser iluminadas pela mesma Luz que brilhou em Belém. Esta mensagem se alinha com os apelos constantes do Santo Padre, o Papa Leão XIV, que em sua primeira mensagem de Natal Urbi et Orbi pediu ao mundo que abrisse as portas a Cristo, "a verdadeira Luz que ilumina todo homem" (Jo 1,9). A celebração do Natal, portanto, torna-se um chamado à ação: sermos portadores dessa luz nos nossos lares, locais de trabalho e em toda a sociedade, transformando a realidade a partir de dentro, com a força do Evangelho.

O Mistério que nos Ilumina

Em suma, a reflexão do Cardeal Tempesta é um convite a redescobrir o núcleo da fé natalina. Não se trata de um mero sentimentalismo, mas da adesão a uma verdade transformadora: Deus entrou na história, partilhou da nossa vida e, com a sua luz, ofereceu um caminho de esperança e redenção. A luz do Verbo Encarnado, acesa há mais de dois milênios, continua a brilhar e a aquecer os corações que a acolhem, provando que, em Cristo, a noite jamais terá a última palavra. Que a contemplação do presépio renove em cada um a certeza de que somos amados por Deus e que a Sua luz é mais forte que qualquer escuridão.

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Fonte: Vatican News

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