Fraternidade e paz, os presentes dos cristãos à sociedade paquistanesa

Compartilhe:

25/dez/2025

Natal de Paz no Paquistão: Um Dom para Todos

Neste Natal de 2025, a comunidade cristã no Paquistão, embora cercada por rigorosas medidas de segurança, eleva uma poderosa mensagem de esperança. Em cidades como Lahore e por todo o país, os fiéis não apenas celebram o nascimento de Cristo, mas oferecem o espírito desta solenidade como um presente de fraternidade e coexistência pacífica a todos os seus concidadãos, muçulmanos ou de outras crenças.

Um Testemunho em Meio à Adversidade

A voz que articula este sentimento é a do Padre Qaisar Feroz OFM Cap. Como pároco em Lahore e diretor de comunicação da Conferência Episcopal do Paquistão, ele conhece de perto tanto a piedade do povo quanto as complexidades do contexto social. "Buscamos viver o espírito do Natal e de apresentá-lo a todos os paquistaneses, de todas as religiões, como uma oportunidade para a fraternidade e a coexistência pacífica", afirmou o sacerdote capuchinho. Estas palavras não são um mero desejo, mas o reflexo de uma pastoral vivida na linha de frente do diálogo inter-religioso.

As celebrações natalícias no Paquistão ocorrem sob um forte esquema de segurança, com igrejas e bairros cristãos vigiados por policiais e voluntários. Esta é uma realidade amarga, um lembrete constante da vulnerabilidade da comunidade. No entanto, em vez de se fecharem no medo, os cristãos paquistaneses abrem as portas dos seus corações. As Missas, as novenas e os encontros familiares transformam-se em atos de corajosa resistência espiritual, proclamando que a luz de Cristo brilha mais forte nas trevas e que o amor é mais poderoso que o ódio.

O Significado Teológico do Natal: A Paz que Vem do Alto

O mistério que os cristãos celebram no Natal não é uma mera recordação histórica, mas a atualização de um evento que mudou o rumo da humanidade. Deus, em Sua infinita misericórdia, assume a nossa natureza humana na pessoa de Jesus Cristo. O Verbo se faz carne e habita entre nós (Jo 1, 14). Esta Encarnação é o maior ato de solidariedade de Deus com o homem. O Menino Deus, indefeso numa manjedoura em Belém, é a máxima expressão do amor de Deus que não se impõe pela força, mas se oferece na humildade. Ele é o "Príncipe da Paz" (Is 9, 5), e a paz que Ele traz não é apenas a ausência de guerra, mas a plenitude de vida, a reconciliação do homem com Deus e dos homens entre si. É esta paz, a 'Shalom' divina, que os cristãos no Paquistão se esforçam por encarnar e oferecer à sua nação.

Em Sintonia com o Magistério do Papa Leão XIV

Esta iniciativa dos católicos paquistaneses ressoa em profunda sintonia com os apelos do Santo Padre, o Papa Leão XIV. Desde o início de seu pontificado, em maio deste ano, Sua Santidade tem insistido na necessidade de construir uma "civilização do encontro", continuando o legado de seus predecessores. Em sua recente mensagem de Natal 'Urbi et Orbi', o Papa Leão XIV exortou o mundo a depor as armas do preconceito e a construir pontes de diálogo, especialmente nos lugares marcados pela tensão religiosa.

O testemunho dos cristãos no Paquistão é, portanto, uma resposta viva e concreta a este apelo. Eles não esperam por condições ideais para anunciar o Evangelho da paz; eles o fazem nas circunstâncias que lhes são dadas, transformando a celebração do Natal numa missão de fraternidade. Suas ações demonstram que a fé católica, quando vivida autenticamente, é uma força construtiva para toda a sociedade, promovendo a dignidade humana e o bem comum.

Um Presente para Toda a Nação

O "presente" que os cristãos oferecem ao Paquistão vai além de gestos simbólicos. Manifesta-se em iniciativas de caridade abertas a todos, no perdão oferecido diante das injustiças e na oração constante pela paz e prosperidade do país. Ao partilharem a alegria do Natal com os seus vizinhos muçulmanos, hindus e sikhs, eles quebram barreiras de desconfiança e mostram o rosto de uma Igreja que serve a todos, sem distinção.

Portanto, o Natal no Paquistão em 2025 transcende os muros das igrejas. Torna-se um evento público de fé e esperança, uma semente de paz plantada num solo difícil, mas fértil. O testemunho destes nossos irmãos na fé é um farol para toda a Igreja Universal, recordando-nos que a verdadeira alegria cristã nasce da cruz e floresce no amor doado, mesmo quando tudo parece adverso.

Gostaria de aprofundar este tema? Consulte obras de referência na nossa Biblioteca Católica.

Fonte: Vatican News

Artigos Recentes

Rolar para cima