Igrejas da Terra Santa: permitir tratamento para crianças de Gaza com leucemia

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22/dez/2025

Igrejas da Terra Santa: um apelo por crianças de Gaza

Jerusalém - Num gesto de profunda caridade e urgência pastoral, os Patriarcas e Chefes das Igrejas de Jerusalém uniram as suas vozes nesta semana de dezembro de 2025 para lançar um apelo humanitário vital. O pedido, direcionado às autoridades competentes, visa permitir que crianças de Gaza, diagnosticadas com leucemia, possam ser transferidas para receber tratamento médico especializado num hospital na Cidade Santa, um local de esperança para tantos.

Uma corrida contra o tempo pela vida

O comunicado emitido pelas lideranças cristãs da Terra Santa é claro e incisivo: "O tratamento tempestivo é essencial para um resultado positivo". Esta afirmação sublinha a gravidade da situação. A leucemia, uma forma de cancro que afeta o sangue e a medula óssea, exige uma intervenção médica imediata e altamente especializada, especialmente em pacientes pediátricos. Para estas crianças, cada dia de espera diminui drasticamente as chances de recuperação.

A infraestrutura de saúde em Gaza, fragilizada por anos de instabilidade e conflitos, não possui os recursos necessários para oferecer a quimioterapia avançada, os transplantes de medula e o acompanhamento contínuo que esta doença exige. Por isso, o apelo das Igrejas não é apenas um pedido logístico, mas um clamor pela vida, uma tentativa de construir uma ponte humanitária que possa superar barreiras e salvar inocentes. A transferência para Jerusalém representa, para estas famílias, a única e verdadeira esperança de cura.

A voz unida dos cristãos na terra de Jesus

Este apelo destaca a missão intrínseca da Igreja na Terra Santa: ser um farol de paz, reconciliação e, acima de tudo, de caridade ativa. A união dos diversos ritos e tradições cristãs – católicos, ortodoxos, protestantes e outros – numa única voz demonstra que, perante o sofrimento humano, especialmente o de uma criança indefesa, não há divisões. É a Igreja em sua expressão mais pura, agindo como o Bom Samaritano na estrada que liga Jericó a Jerusalém.

Este gesto pastoral transcende a política e foca-se exclusivamente na dignidade da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus. Ao se mobilizarem por estas crianças, os líderes cristãos recordam ao mundo que a defesa da vida, desde a sua concepção até ao seu fim natural, é um pilar inegociável da fé. Este ato profético ecoa os contínuos apelos do Papa Leão XIV, que, desde o início do seu pontificado em maio, tem insistentemente rezado e pedido pela paz e pela proteção dos mais vulneráveis na Terra Santa.

Um apelo que ressoa no tempo do Advento

Este clamor pela vida das crianças de Gaza ganha um significado ainda mais profundo neste tempo santo do Advento. Enquanto nos preparamos para celebrar o nascimento do Menino Jesus, o Príncipe da Paz, somos confrontados com a realidade de outras crianças cujo futuro está em risco. O apelo das Igrejas de Jerusalém é um convite a toda a cristandade para que o nosso Advento não seja apenas uma espera passiva, mas uma vigilância ativa, um compromisso concreto com a vida que Deus nos deu.

Lembramo-nos da Sagrada Família, que fugiu para o Egito para proteger a vida do Menino Jesus de uma ameaça mortal. Hoje, estas famílias de Gaza procuram desesperadamente um refúgio seguro onde os seus filhos possam receber o cuidado necessário para sobreviver. Acolher estas crianças, facilitar o seu tratamento, é acolher o próprio Cristo que nos diz: "o que fizestes a um destes meus pequeninos, a mim o fizestes" (Mt 25,40). Que a Luz de Belém, que em breve brilhará sobre o mundo, ilumine as consciências e abra os corações para este gesto de compaixão e misericórdia.

Um chamado à solidariedade universal

Em última análise, o apelo dos Patriarcas e Chefes das Igrejas de Jerusalém é um chamado à consciência de todos os homens e mulheres de boa vontade. É uma oportunidade para que a solidariedade se sobreponha à indiferença e para que a esperança vença o desespero. A comunidade internacional, as organizações humanitárias e cada um de nós somos convidados a apoiar esta causa, seja através da oração, da sensibilização ou de ações concretas.

Que este Natal de 2025 na Terra Santa seja marcado não apenas pelas liturgias solenes, mas por um milagre de caridade: o milagre de ver crianças doentes encontrarem a cura e a esperança na cidade onde Cristo deu a Sua vida por todos nós. Que a resposta a este apelo seja generosa e rápida, para que a vida destes pequenos possa florescer.

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Fonte: Vatican News

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