Leão XIV: evitar o “ativismo frenético” que desilude e esvazia a celebração do Natal

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21/dez/2025

Papa Leão XIV pede um Natal centrado em Cristo, longe do "ativismo frenético" que esvazia o seu sentido.

Cidade do Vaticano – Em sua última Audiência Geral antes da celebração do Natal, realizada nesta quarta-feira, 21 de dezembro de 2025, o Papa Leão XIV dirigiu um apelo veemente aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. O Santo Padre advertiu contra o "ativismo frenético" que muitas vezes domina este tempo litúrgico, exortando os fiéis a redescobrirem o silêncio e a contemplação diante do presépio para acolher Jesus, o verdadeiro "tesouro de nossa vida".

O Risco de um Natal Vazio

Com um tom paternal e preocupado, o Pontífice refletiu sobre a corrida desenfreada que caracteriza as semanas que antecedem o Natal. "Corremos de um lado para o outro, preocupados com presentes, com jantares, com decorações... Corremos o risco de organizar uma festa maravilhosa, mas de deixar de fora o Celebrado, Jesus Cristo", alertou o Papa. Este "ativismo frenético", segundo Leão XIV, "não preenche o coração, pelo contrário, muitas vezes deixa um rastro de cansaço, desilusão e vazio". A agitação exterior, as luzes e o consumismo podem facilmente nos fazer esquecer o mistério que está no centro de tudo: Deus que se faz Menino por amor a nós.

O Presépio: Um Evangelho Doméstico

Como antídoto a esta superficialidade, o Papa propôs a redescoberta de um dos símbolos mais queridos da tradição cristã: o presépio. "O presépio é como um Evangelho vivo, que brota das páginas da Sagrada Escritura", afirmou, ecoando a admiração de São Francisco de Assis. O Santo Padre destacou o triplo valor da cena da Natividade: cultural, por ser uma tradição que une gerações e molda a identidade de tantos povos; artístico, pela beleza simples com que retrata o maior acontecimento da história; e, sobretudo, religioso. "Diante do presépio", continuou o Papa, "somos convidados ao silêncio. Não é um enfeite qualquer. É uma catequese. Cada figura tem uma mensagem. A Virgem Maria que medita, São José que protege, os pastores que adoram... todos nos ensinam a acolher o Emanuel, o Deus-conosco". Ele incentivou todas as famílias a dedicarem um momento do dia para se reunirem em oração diante de seu presépio, ensinando às crianças o significado de cada personagem.

Advento: Preparar o Coração para o Verdadeiro Tesouro

Este convite do Papa Leão XIV está profundamente enraizado no sentido litúrgico do Advento, o tempo que a Igreja nos oferece para preparar a vinda do Senhor. Não se trata apenas de uma preparação exterior, mas de uma profunda arrumação interior. Assim como preparamos a nossa casa para receber um convidado importante, somos chamados a preparar o nosso coração para acolher o Rei. O Advento é um tempo de espera vigilante e alegre, de conversão e de esperança. É um convite a endireitar os caminhos de nossa vida, a aplainar os vales do nosso orgulho e a reavivar a chama da nossa fé, para que o Menino Jesus encontre em nós uma manjedoura acolhedora e calorosa.

Jesus, o "Tesouro de Nossa Vida"

O ponto central da mensagem do Pontífice foi o convite a reconhecer onde reside a verdadeira riqueza do Natal. "Podemos ter tudo, mas se não tivermos Jesus, o Natal está vazio", disse com firmeza. Ele recordou que o Filho de Deus escolheu nascer na pobreza e na humildade de uma manjedoura para nos ensinar que o valor de uma pessoa não está no que ela possui, mas no que ela é. "Jesus é o presente incomparável que o Pai nos deu. Ele é o tesouro de nossa vida. Nenhum presente comprado pode se comparar à alegria de O encontrar no nosso coração, na Eucaristia, no irmão necessitado". O Papa exortou os fiéis a pedirem a graça de compreender que a verdadeira alegria não vem das coisas, mas do encontro com a Pessoa de Jesus Cristo.

Um Convite à Contemplação e à Ação

Concluindo sua catequese, o Papa Leão XIV deixou uma orientação prática: "Nestes últimos dias antes do Natal, reservem um tempo para o silêncio. Parem diante do presépio. Permitam que a simplicidade de Belém fale ao vosso coração. Deixem que a ternura de Deus vos envolva". Este recolhimento, segundo ele, não é uma fuga do mundo, mas a fonte para uma caridade mais autêntica. A contemplação do Deus que se fez pobre nos impele a ir ao encontro dos pobres e sofredores de hoje, vendo neles o rosto do Menino de Belém. Assim, a celebração do Natal se tornará completa: adoração a Deus e serviço ao próximo.

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Fonte: Vatican News

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