Papa: acumular riquezas não dá sentido à vida, nosso tesouro está no coração

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20/dez/2025

Na Audiência Geral, Pontífice convida a abandonar as falsas seguranças materiais para encontrar em Cristo o sentido da vida, especialmente no tempo do Advento.

Na sua catequese durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, o Papa Leão XIV dirigiu-se aos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, com uma profunda reflexão sobre o sentido da vida. O Pontífice advertiu contra a ilusão de encontrar segurança e felicidade na acumulação de riquezas materiais, apontando que o nosso 'verdadeiro tesouro' reside num coração que se abre ao amor de Deus.

A Inquietude do Coração e as Falsas Seguranças

Partindo da passagem do Evangelho de São Mateus, “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6,21), o Santo Padre explicou que a busca incessante por bens terrenos muitas vezes gera mais ansiedade do que paz. “Os cofres da terra”, disse o Papa, “podem ser arrombados por ladrões, corroídos pela traça e pela ferrugem. As seguranças que o mundo oferece são passageiras e, no fim, deixam o coração vazio e inquieto.”

Com um tom pastoral, Leão XIV convidou a uma análise de consciência: “Perguntemo-nos: onde repousa o nosso coração? Nas seguranças de um bom emprego, na conta bancária, nos louvores do mundo? Ou repousa no Senhor, que é a rocha sobre a qual podemos construir a nossa casa?” A verdadeira riqueza, sublinhou, não se mede em posses, mas na capacidade de amar e de se doar, espelhando a caridade de Cristo.

Cristo, a Luz que Revela o Verdadeiro Tesouro

O ponto central da catequese foi a iluminação que a Páscoa de Cristo traz para a nossa existência. “É olhando para a Cruz e para a Ressurreição que compreendemos o que realmente tem valor”, afirmou o Pontífice. “Jesus, sendo rico, fez-se pobre por nós, para nos enriquecer com a sua pobreza, ou seja, com o seu amor infinito.”

Este “tesouro incorruptível”, continuou o Papa, é a experiência de ser amado por Deus e de responder a esse amor no serviço aos irmãos, especialmente os mais necessitados. É um tesouro que cresce à medida que é partilhado e que ninguém nos pode roubar. Encontrar este sentido para a vida, afirmou Leão XIV, é encontrar a esperança que não desilude e a alegria plena que o mundo não pode dar.

Um Convite no Tempo do Advento

Situando a sua reflexão no contexto litúrgico, o Papa Leão XIV destacou que o Advento é um tempo propício para “fazer uma limpeza no coração”. Assim como preparamos as nossas casas para o Natal, somos chamados a preparar o nosso interior para acolher o Salvador. “Que o Advento seja uma oportunidade para nos desfazermos dos ídolos e dos tesouros inúteis que ocupam o espaço que pertence a Deus”, exortou.

“De que adianta preparar uma árvore de Natal esplêndida se o nosso coração está fechado à graça, cheio de ressentimentos ou apegado a coisas que passarão? O convite de hoje é para esvaziar os nossos cofres interiores das coisas do mundo para que o Menino Jesus encontre um lugar acolhedor, um coração pobre em espírito, mas rico do amor de Deus.”

Ao concluir, o Santo Padre pediu que, na reta final da preparação para o Natal, todos possam redescobrir que o verdadeiro sentido da vida se encontra não no ter, mas no ser: ser filhos amados de Deus e irmãos uns dos outros. É este o tesouro que dá repouso, sentido e esperança a toda a nossa vida.

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Fonte: Vatican News

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