
Leão XIV: numa sociedade confusa, proclamar a primazia de Cristo
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CIDADE DO VATICANO – A organização católica francesa Œuvre d’Orient publicou, em 27 de novembro de 2025, um relatório alarmante sobre a situação dos cristãos na Síria. O documento, fruto de meses de análise antes e depois da recente queda do regime de Bashar al-Assad, revela que a presença cristã no país sofreu uma redução drástica de 80% nos últimos 14 anos. O relatório detalha não apenas a tragédia de um êxodo em massa, mas também as esperanças e os desafios que se apresentam para as comunidades de fé remanescentes num país que busca um novo começo.
Os números são avassaladores e contam uma história de sofrimento e deslocamento. Antes do início da guerra civil em 2011, a Síria abrigava uma das mais antigas e vibrantes comunidades cristãs do mundo, com uma população estimada entre 1,5 e 2 milhões de fiéis, pertencentes a diversas tradições: greco-católicos melquitas, sírio-ortodoxos, maronitas, armênios e latinos. Hoje, estima-se que restem menos de 300.000 cristãos no país. Este declínio de 80% não é apenas uma estatística; representa a desintegração de paróquias milenares, o silenciar de sinos em aldeias que falavam aramaico, a língua de Cristo, e a perda de um patrimônio cultural e espiritual inestimável para toda a humanidade.
Cidades como Aleppo e Homs, que antes eram centros pulsantes de vida cristã, viram suas igrejas bombardeadas e suas comunidades dizimadas. O relatório da Œuvre d’Orient sublinha o custo humano por trás dos dados: famílias separadas, idosos deixados para trás, jovens sem perspectivas e um medo constante que marcou a vida diária por mais de uma década.
A principal causa deste êxodo foi, sem dúvida, a brutal guerra civil que assolou o país. Contudo, a situação dos cristãos foi agravada por fatores específicos. A ascensão de grupos extremistas como o Estado Islâmico (ISIS) e a Al-Nusra trouxe uma perseguição religiosa sistemática, com sequestros, execuções e a imposição da jizya (um imposto para não-muçulmanos). Cristãos foram forçados a escolher entre a conversão, a fuga ou a morte.
Além da violência direta, o colapso econômico, a destruição da infraestrutura e a falta de segurança jurídica minaram qualquer esperança de um futuro estável. Mesmo com a recente mudança de regime, a incerteza permanece. O relatório expressa a preocupação das igrejas locais: o novo governo garantirá a liberdade religiosa e a igualdade de direitos para todas as minorias? A reconstrução do país incluirá a restauração do seu tecido social pluralista?
Apesar do cenário desolador, o documento da Œuvre d’Orient também destaca a extraordinária resiliência da Igreja que permanece na Síria. O resumo aponta que os cristãos são “muito atuantes nas áreas da educação, saúde e organizações comunitárias”. De fato, as instituições cristãs tornaram-se pilares de apoio para toda a sociedade síria, sem distinção de credo. Hospitais, escolas e centros de caridade administrados pela Igreja oferecem cuidados e ajuda humanitária a muçulmanos e cristãos, tornando-se sinais vivos do Evangelho em meio à destruição.
Esses cristãos, que escolheram ficar, são testemunhas de uma fé que não se abala. Eles são o sal da terra síria, preservando a esperança e trabalhando incansavelmente pela reconciliação. Seu serviço abnegado é um apelo profético a um futuro de convivência pacífica, mostrando que é possível reconstruir não apenas edifícios, mas, sobretudo, pontes de fraternidade.
Neste tempo do Advento, em que a Igreja se prepara para celebrar o nascimento do Príncipe da Paz, a situação dos nossos irmãos sírios nos interpela profundamente. A sua espera por segurança e justiça é um Advento vivido na carne, uma vigília em meio à noite escura da incerteza. A sua história ecoa a da Sagrada Família, que fugiu para o Egito, na mesma região do mundo, para escapar da perseguição de Herodes. Assim como o Menino Jesus se tornou um refugiado, também hoje milhões de sírios, incluindo os nossos irmãos na fé, vivem essa mesma realidade. A luz de Belém, que brilha nas trevas, é a promessa de que Deus não abandona o seu povo no sofrimento e que a esperança pode florescer mesmo nos escombros.
Atento ao clamor que sobe do Oriente Médio, o Papa Leão XIV tem reiterado seus apelos pela paz e pela proteção das minorias na Síria. Em recentes pronunciamentos, o Santo Padre pediu à comunidade internacional que “não esqueça o povo sírio” e que garanta que a nova fase política do país seja construída sobre os pilares do “diálogo, da reconciliação e do respeito incondicional pela dignidade e pelos direitos de cada pessoa, especialmente dos mais vulneráveis”. O Papa convocou toda a Igreja a uma corrente de oração e solidariedade concreta, para que os cristãos na Síria sintam o abraço fraterno da Igreja universal e encontrem a força para continuar sua missão profética em sua terra natal.
O futuro da presença cristã na Síria está numa encruzilhada crítica. O relatório da Œuvre d’Orient é mais do que um alerta; é um chamado à ação para todos nós. Rezar, informar-se e apoiar as organizações que trabalham no terreno são gestos concretos que podem ajudar a manter viva a chama da fé no berço do cristianismo.
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Fonte: Vatican News

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